Exportações do agronegócio: US$ 9,2 bilhões em março

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As exportações do agronegócio brasileiro de março não foram afetadas negativamente pela pandemia do novo Coronavírus. As vendas externas no mês foram de US$ 9,29 bilhões, com expansão de 13,3% em relação a março do ano anterior (US$ 8,20 bilhões), crescimento em valores absolutos de US$ 1,09 bilhão. As exportações do agronegócio subiram em função do aumento da quantidade exportada (18,8%). Já o índice de preço dos produtos exportados caiu 4,7%, de acordo com a Balança Comercial do Agronegócio, elaborada pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

As importações do agronegócio alcançaram US$ 1,28 bilhão, em março deste ano (12,3%). Portanto, o saldo comercial da balança ficou em US$ 8 bilhões, com a participação do agro nas exportações totais brasileiras em 48,3%. Os três produtos responsáveis pelo incremento das exportações do agronegócio foram soja em grão (US$ 3,98 bilhões), açúcar (US$ 441 milhões) e carne bovina in natura (US$ 555 milhões).

De acordo com a SCRI, a participação da China nas exportações agropecuárias brasileiras passou de 34,2% (março/2019) para 41% (março/2020). As exportações de soja e carne bovina in natura ocorreram, principalmente, para esse país asiático. As vendas de soja em grão para o mercado chinês subiram de 5,9 milhões de toneladas (US$ 2,10 bilhões) para 8,8 milhões de toneladas (US$ 3,02 bilhões). A China foi mais uma vez o destaque nas aquisições de carnes, com US$ 451,45 milhões (+101,1%), praticamente, uma terça parte do valor total exportado pelo Brasil. Em março do ano passado as vendas foram de US$ 224,52.

 

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Brasil abre mercados para produto agropecuário

Ao mesmo tempo em que garante o abastecimento interno durante a pandemia do Coronavírus, a agropecuária brasileira continua ganhando espaço no mercado internacional. O mês de março foi marcado pela abertura de novos mercados para os produtos nacionais e ampliação das vendas em outros locais. O Egito, por exemplo, habilitou 42 estabelecimentos brasileiros para fornecimento de carnes, sendo 27 de frango e 15, de bovina, além da renovação da habilitação de 95 empresas, (82 de carne bovina e 13 de carne de frango). O governo egípcio também autorizou o início da importação de miúdos bovinos.

A China atualizou a lista de estabelecimentos autorizados a vender pescado para o país asiático, o que não ocorria desde 2015. Agora, 108 estão habilitados. Já a Indonésia acertou com o governo brasileiro uma cota extra de importação de 20 mil toneladas de carne bovina, o que aponta ampliação da participação brasileira, já que a Austrália é o principal fornecedor de carnes para os indonésios. O Kuwait também começa a importar carne bovina.

O Brasil também passará a exportar material genético de aves (como ovos férteis) para o Marrocos e os Emirados Árabes Unidos. Na América do Sul, a Argentina aceitou as certificações sanitárias para importação de embriões bovinos, sêmen suíno e carne de rã. A Colômbia oficializou a compra de milho de pipoca.

Segundo a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), diante do atual cenário, algumas medidas sanitárias, que muitas vezes tornam os processos mais demorados ou eram usadas até como barreiras comerciais, “estão sendo deixadas para trás”. Em recentes entrevistas, a ministra destacou que o Brasil “tem sido demandado” por outros países que buscam produtos agrícolas e estão preocupados com um possível desabastecimento “pós-pandemia do Coronavírus”. É caso da Malásia e Singapura que já entraram em contato com o Ministério para retomar ou aumentar as importações de carnes de frango e bovina.

 

Crescem exportações de frango

As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 349,5 mil toneladas em março, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é 2,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 340,5 mil toneladas. A receita dos embarques chegou a US$ 552,5 milhões, número 1,7% inferior ao registrado em março de 2019, quando foram obtidos US$ 562,2 milhões.

No acumulado do ano, foram exportadas 1,021 milhão de toneladas, volume 8,8% maior que as 939 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. A receita trimestral ficou em US$ 1,635 bilhão, número 6% maior que o saldo relativo a 2019, com US$ 1,542 bilhão. “Mesmo com os impactos gerados pelo Covid-19, o setor segue desempenhando seu papel estratégico de auxílio à segurança alimentar da população brasileira e de diversas nações em todo o mundo, várias delas, que enfrentam neste momento o quadro epidêmico”, destaca Francisco Turra, presidente da ABPA.

Carne suína – As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 72,1 mil toneladas em março, resultado 31,45 acima do registrado no mesmo período de 2019, quando foram embarcadas 54,8 mil toneladas. O saldo cambial das exportações de março alcançou US$ 166 milhões, número 56,1% maior que o efetivado no mesmo mês do ano anterior, com total de US$ 106,3 milhões. No ano (janeiro a março) os embarques do setor chegaram a 208 mil toneladas, número 32% acima do obtido no primeiro trimestre de 2019, quando foram exportadas 157,5 mil toneladas. Em receita, houve aumento de 62,6%, com US$ 485,1 no primeiro trimestre deste ano, contra US$ 298,3 milhões nos três primeiros meses do ano passado.

 

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