Exportações para os EUA bateram recorde no primeiro semestre

Dados são da Amcham; já segundo Secex, agro representou 49,6% das vendas totais do Brasil nos primeiros cinco meses do ano

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Contêineres (Foto: Markus Distelrath/Pixabay)
Contêineres (Foto: Markus Distelrath/Pixabay)

Os EUA foram o mercado para o qual o Brasil mais cresceu suas exportações no primeiro semestre de 2024, de acordo com a edição mais recente do Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham Brasil, divulgada nesta segunda-feira.

O Brasil exportou para os EUA o valor recorde de US$ 19,2 bilhões nos seis primeiros meses do ano, um aumento de 12% (ou US$ 2,1 bilhões) em relação ao mesmo período do ano anterior. O incremento ocorreu em todos os setores: indústria de transformação, extrativo e agropecuária.

Em termos percentuais, o aumento foi mais de oito vezes superior ao das vendas do Brasil para o mundo (1,4%) e acima das exportações para os principais parceiros individuais, como a China (3,9%), União Europeia (2,1%) e América do Sul (-24,3%). Em valores, a expansão das vendas para os EUA representou 29,1% do total do incremento das vendas globais brasileiras (US$ 7,1 bilhões).

“Neste primeiro semestre do ano, os EUA puxaram o crescimento das exportações brasileiras, com valor recorde de US$19,2 bilhões. O mercado norte-americano também foi o principal destino para as vendas brasileiras de bens industriais. Essa expansão das trocas bilaterais contribui de forma decisiva para a trajetória positiva do comércio exterior brasileiro”, destaca Abrão Neto, CEO da Amcham, entidade cujas empresas associadas representam 1/3 do PIB brasileiro.

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As vendas de produtos industriais brasileiros para os EUA cresceram 2,3%, estabelecendo o recorde de US$ 14,7 bilhões para um primeiro semestre. As exportações de bens de maior valor agregado continuam a ser predominantes na pauta exportadora brasileira, representando 8 dos 10 principais produtos.

Os EUA seguem como o principal destino para as exportações da indústria brasileira, superando os demais parceiros comerciais, como a União Europeia (US$ 10,8 bilhões) e o Mercosul (US$ 8,2 bilhões).

“Esse forte desempenho nas vendas de produtos da indústria de transformação para os EUA contribui significativamente para os objetivos do Brasil de aumentar a agregação de valor em sua produção e exportações”, comenta o CEO da Amcham.

O comércio Brasil-EUA atingiu US$ 38,7 bilhões no 1o semestre de 2024, crescendo 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O déficit comercial para o Brasil foi o menor registrado nos últimos 10 anos (US$ -218,3 milhões, redução de 91,2% sobre 2023).

Entre os principais produtos exportados aos EUA pelo Brasil no primeiro semestre de 2024, houve alta em oito dos 10 principais itens, destacando-se combustíveis de petróleo (202,1%), petróleo bruto (108,3%), café (44,6%), celulose (21,2%) e aeronaves (11,9%).

Apesar de uma ligeira queda de 1% nas importações brasileiras vindas dos EUA (US$ -194 milhões), houve aumento em 8 dos 10 principais itens importados. Destacam-se as importações de aeronaves (62,4%), polímeros de etileno (50,8%), petróleo bruto (48,9%), medicamentos (32,9%), gás natural (545,9%) e motores e máquinas não elétricos (20,2%).

O Brasil alcançou um marco histórico ao abrir 72 novos mercados para produtos agrícolas apenas no primeiro semestre, e beneficiou mais de 30 países.

O agronegócio brasileiro, um dos principais motores da economia nacional, registrou um desempenho recorde no primeiro semestre de 2024, somando US$ 37,44 bilhões em exportações, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Este valor representa um crescimento de 4,4% em relação ao mesmo período do último ano. Desde 2023, o setor vem se destacando e atingindo novos patamares, com exportações totalizando US$ 166,55 bilhões, um aumento de 4,8% se comparado a 2022.

A abertura de 100 novos mercados em 49 países, desde o início de 2023, permitiu que os produtores brasileiros exportassem uma ampla variedade de produtos para destinos anteriormente inacessíveis. Esta expansão significativa das exportações brasileiras têm impulsionado o crescimento do agronegócio, que representa 49,6% das exportações totais do país nos primeiros cinco meses de 2024, gerando uma receita de US$ 67,17 bilhões. Comparado com as demais exportações brasileiras no mesmo período, setores como mineração, petróleo e derivados, indústria de transformação e outros menores somam cerca de 50,4% do total.

Estudo lançado pela Logcomex revela que o desempenho do país nas exportações, principalmente quando o assunto é agronegócio, foi impulsionado em grande parte pelo aumento nas vendas externas de produtos como café verde, açúcar, algodão e carnes desossadas de bovino. As exportações de açúcar aumentaram 48,8% em março de 2024, enquanto as exportações de algodão cresceram 213% em peso no primeiro trimestre de 2024. Além disso, as exportações de carnes desossadas de bovino aumentam 59% em valor FOB.

A movimentação portuária, apenas no primeiro bimestre de 2024, registrou o transporte de 1,99 milhão de contêineres, representando um aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2023.

Além disso, houve um aumento significativo na movimentação de cargas sólidas e líquidas, com destaque para o minério de ferro (17,85%), petróleo e derivados (16,23%) e soja (19,70%). A movimentação de cargas conteinerizadas atingiu 11,2 milhões de toneladas, um aumento de 29,19% em comparação com fevereiro do ano anterior.

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