Com o início da operação da Usina Termelétrica Eletrobolt, em Seropédica (RJ), nesta segunda-feira, o Estado do Rio dá o primeiro passo para reverter uma situação histórica: até o final do ano será auto-suficiente em produção de energia e a partir de 2002 passará a exportador de energia. Como nota negativa, as usinas que entrarão em operação são todas termelétricas, com custo de geração maior e parcialmente dolarizado. Dos cinco projetos em andamento do quase virtual programa de construção de termelétricas do governo federal, quatro estão no Rio.
Último reduto
A queda das bolsas norte-americanas deve causar estragos ainda mais graves sobre a economia real do que os atentados do último dia 11. A perda de US$ 1,2 trilhão registrada nas bolsas dos Estados Unidos apenas entre os pregões de segunda e quinta-feira da semana que se encerra representam cerca de 13% do PIB norte-americano, de US$ 9 trilhões. O efeito mais grave das conseqüências dessa megaperda de riqueza deve ter o efeito de uma bomba de nêutrons sobre o consumo, que tinha nos ganhos exuberantes e irracionais nas bolsas seu principal lastro.
Responsáveis pela movimentação de dois terços da economia do país, os consumidores dos EUA já emitiam, antes dos atentados, claros sinais de desaceleração das compras. Com o desemprego batendo seguidos recordes históricos e com a sua principal fonte de financiamento virando pó, nem o apelo ao patriotismo nem a irresistível compulsão ao consumo da sociedade norte-americana serão capazes de substituir a realidade da falta de dinheiro no bolso para gastar.
Solução radical
Segundo John Pescatore, vice-presidente do Gartner Group – especializado em pesquisas na área de informática -, o melhor que as empresas têm a fazer para melhorar a segurança dos seus computadores frente a vírus é buscar imediatamente outras alternativas aos programas da líder Microsoft. O recente vírus Nimda, assim como o antecessor Code Red, provocaram perdas pesadas para os usuários de servidores que rodam o programa IIS, da Microsoft – utilizado em mais de 6 milhões de servidores Web. Pescatore, no relatório Vírus Nimda mostra que você não pode atualizar o sistema rápido o suficiente, recomenda que as empresas busquem uma alternativa, como os programas Apache ou iPlanet, até que a Microsoft reformule e publique testes dos softwares, fato que não deve acontecer antes do final de 2002. Além dos custos para “limpar” os computadores atacados pelo vírus, também pesam na coluna de despesas os gastos para manter atualizados os softwares da gigante norte-americana.
Queda livre
A volatilidade registrada no mercado de ações, acentuada pela desaceleração da economia mundial, fez com que o Morgan Stanley registrasse queda de 41% no lucro líquido do terceiro trimestre fiscal deste ano. A situação tende a piorar no trimestre seguinte, pelo fato de a empresa ter sido uma das mais afetadas pela destruição do World Trade Center: ocupava 22 andares da Torre Sul. Outros grandes bancos dos EUA estão passando pela mesma situação.
Ultrapassagem
A carteira de seguros de automóvel do Bradesco deixou a da Sul América para trás e ficou com o primeiro lugar no ramo ao final do primeiro semestre de 2001. A diferença é pequena: R$ 638 milhões para a seguradora ligada ao banco e R$ 633 milhões para a Sul América. No total do setor de seguros, o Bradesco confirmou a primeira posição, alcançada em maio passado, com 20,13% do mercado. Novamente em segundo a Sul América, que era líder até abril, e ficou com 19,66% ao final dos primeiros seis meses do ano.
Perigo no mar
O lobby para trazer para o Brasil barcaças com usinas de geração de energia deixa de cabelos arrepiados especialistas no setor e ecologistas. Verdadeiras sucatas embarcadas, as usinas queimam óleo para gerar energia, sendo mais poluente até que as termelétricas a gás. O custo de geração beira os US$ 200 por MW, cinco vezes mais que os das usinas a gás natural que entrarão em operação no país. Pode-se imaginar que intere$$e$ estão escondidos por trás da proposta de importação dessa energia, aproveitando a crítica situação do fornecimento.