O Facebook tirou do ar a live do presidente Jair Bolsonaro da última quinta-feira (21), em que ele compartilha a informação sobre uma suposta relação entre as vacinas contra Covid-19 e a aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). A transmissão foi ao ar, ao vivo, na última quinta-feira e estava disponível para reprodução, como acontece com os conteúdos semelhantes. A remoção do vídeo se estende à conta do presidente no Instagram, rede social que também pertence ao Facebook.
O Youtube também retirou do ar. “Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a Covid-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas”, disse o Youtube, em nota.
CPI denuncia
O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a afirmação do presidente Bolsonaro, relacionando a vacina contra a Covid-19 à Aids será incluída no relatório final. Além da inclusão da fala do presidente, a CPI pedirá ainda ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Aalexandre de Moraes que Bolsonaro seja investigado pela mesma fala no âmbito do inquérito das Fake News, que é relatado por Moraes.
De acordo com o presidente, a informação se refere a pessoas totalmente vacinadas, ou seja, que tomaram a dose única ou segunda dose da vacina há mais de 15 dias. “Só vou dar a notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito. Vamos lá: ‘Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo síndrome da imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto’. Recomendo, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live, não quero que caia a live aqui, quero dar informações”, afirmou Bolsonaro durante a transmissão do dia 21, sem citar a fonte da matéria.
Nesta segunda-feira, em entrevista a uma rádio, o presidente disse que leu sobre a pesquisa em reportagem da revista Exame publicada na semana passada. Bolsonaro também compartilhou nas redes sociais uma publicação de seu filho Carlos Bolsonaro em que o vereador critica a repercussão. “A que nível chega o $istema: o “meio de comunicação do bem” chamado @exame divulga a informação e o atacado é quem leu sua matéria! O alvo será a revista ou o leitor? Precisa responder? Tem método!”, diz a publicação.
A matéria em questão, entretanto, foi publicada pela Exame em outubro de 2020, quando as vacinas ainda estavam em desenvolvimento. A notícia foi atualizada nesta segunda-feira e destaca que os cientistas se basearam em análises feitas em 2007 com um adenovírus específico usado na pesquisa de vacinas contra o HIV (vírus da imunodeficiência humana).
Leia também: