Elmo Camões foi presidente do Banco Central no final do governo do presidente José Sarney, de quem era amigo. Nomeado em março de 1988, teve a difícil tarefa de comandar a política monetária ao final do Plano Cruzado. Defendeu que a política de juros deveria estar vinculada à necessidade de procurar um índice real positivo cujo nível não inibisse o investimento econômico nem estimulasse a especulação da atividade financeira. Em relação à política cambial, defendia uma taxa de câmbio flexível que acompanhasse a inflação, com minidesvalorizações frequentes.
Nascido na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 31 de janeiro de 1927, Elmo de Araújo Camões era filho de Martinho Leal de Camões e Angélica de Araújo Camões. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, ingressou nessa instituição em 1946, iniciando suas atividades profissionais na agência de São Borja (RS). Em seguida, foi transferido para a agência metropolitana do Rio de Janeiro. Entre outras funções, foi secretário de gabinete do Departamento de Redesconto até 1960, cujo diretor de carteira era Tancredo Neves.
Em 1972 transferiu-se para o Banespa, onde ocupou o cargo de gerente-geral da agência de Nova York. Nos EUA, foi diretor da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. No banco paulista, foi diretor de câmbio e comércio exterior (1976-1977); diretor reeleito da área internacional, membro do conselho de administração e representante do Banespa no Brasilvest (1977-1981).
Aposentou-se em 1978, mas continuou vinculado ao setor financeiro, passando à iniciativa privada. Em 1981, já no setor privado, foi diretor-presidente do Banco Société Génerale (Sogeral), do qual, em 1985, presidiu o conselho de administração. Ocupou diversos cargos de direção na Febraban e foi membro do Conselho Monetário Nacional (CMN), como representante do sistema financeiro.
Elmo Camões faleceu na madrugada desta terça-feira. Ele estava internado no hospital Santa Catarina após ter contraído Influenza, que levou a uma pneumonia. O velório será nesta quarta-feira, de 8h às 14h, na Rua São Carlos do Pinhal, 376, Bela Vista, SP. O sepultamento ocorrerá às 16h no Cemitério da Paz do Morumby, no Jardim Vazani.
Ele foi casado com Maria Luísa Lages Camões, com quem teve 3 filhos, dos quais 2 vivos. Deixa 6 netos e 4 bisnetos.
