Falta de dinheiro é principal motivo para restrição de acesso à saúde

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Medicamentos (foto CC0)
Medicamentos (foto CC0)

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 – Perfil das Despesas, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelou nesta quarta-feira que cerca de 26,2% das pessoas pertenciam a famílias que tiveram alguma restrição a serviços de saúde e 16,4% a medicamentos. A falta de dinheiro foi o principal motivo alegado para acesso aos serviços de saúde (16,9%) e para a aquisição de medicamentos (11,0%). Outro motivo foi a falta do produto ou serviço. Famílias com crianças tiveram maiores restrições em serviço de saúde (12,9% e medicamentos (8,4%) do que famílias com idosos (5,7% e 3,7%, respectivamente).

Segundo a pesquisa, as pessoas nos quatro menores décimos de renda tiveram maiores graus de restrição à saúde quando comparadas a famílias com o maior rendimento. Na restrição a medicamentos, 9% das pessoas estavam nos 40% com as menores rendas, enquanto 0,6% nos 10% com maior rendimento. Na restrição de acesso a serviços, essa distância ainda foi maior, pois 12,8% estavam nos 40% com os menores rendimentos e 1,2% dos 10% com maior renda.

Plano de saúde

Segundo a pesquisa, apenas 18,1% das pessoas viviam em famílias em que todos possuíam plano saúde e 17,4% em que ao menos uma pessoa tinha o serviço. A maioria, contudo, vivia em famílias em que ninguém tinha plano de saúde (64,4%).

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Das pessoas que viviam em famílias com plano de saúde para todos os integrantes, 10,3% residiam no Sudeste e 0,6% no Norte. Por outro lado, 23,5% das pessoas de famílias em que ninguém tinha plano de saúde viviam no Sudeste e 4,7% no Centro-Oeste.

Entre as famílias com planos de saúde para todos os membros, 10,5% encontravam-se no grupo dos 20% com os maiores rendimentos e apenas 1% delas estavam na outra ponta, isto é, entre os 20% com os menores rendimentos.

Em 2017-2018, 44,6% das pessoas viviam em famílias que avaliaram a saúde como boa, 28,9% como satisfatória e 26,5% como ruim. Dos que avaliaram a saúde ruim, 22,1% residiam em áreas urbanas e 4,3% em áreas rurais.

Segundo a pesquisa, a avaliação da saúde foi diferente entre as regiões. O maior percentual dos que avaliaram sua saúde como boa foi do Sudeste (19,7%) e o menor, do Norte (3,3%). Já a maior proporção de avaliação ruim foi no Sudeste (10,3%) e a menor, no Centro-Oeste (1,90%).

O estudo informa ainda que a despesa per capita com saúde, em 2017-2018, foi de R$ 133,23, sendo R$ 90,91 (68,2%) na forma monetária, quando ocorre desembolso direto para aquisição do produto ou serviço. Já a despesa não monetária foi de R$ 42,32 (31,7%). Nesse caso, não há desembolso e o produto ou serviço é fornecido pelo estado ou outras entidades.

A maior parte das despesas com Saúde foi com serviços de saúde (R$ 86,48) e o restante com medicamentos e produtos farmacêuticos (R$ 46,75). A despesa não monetária representou 20,9% do gasto com medicamentos e produtos farmacêuticos e a despesa monetária, a 79,1%.

Famílias com idosos foram responsáveis por 35% do gasto total com saúde. Já as famílias com crianças, 29% do total. Nos gastos com medicamentos e produtos farmacêuticos, a participação maior do não monetário foi das famílias com idosos, enquanto nos serviços médicos foram as famílias com crianças.

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