A notícia de que a desigualdade entre os assalariados brasileiros recuou 7%, entre o quarto trimestre de 2002 e o primeiro trimestre de 2008 é daquelas sob medida para governos tocarem bumbo e os apoiadores da política econômica soltarem foguetes. A euforia, no entanto, deveria ser temperada por ressalva fundamental: a pesquisa do Ipea desconsidera os ganhos de origem financeira – juros, aluguéis e ações – que, nas últimas duas décadas e meia, fazem a festa da verdadeira elite do país. Aquela formada, não pela classe média, cujos ganhos salariais cresceram módicos 4,9%, entre 2003 e 2007 – média pouco acima de um ponto por ano – mas pelos destinatários de dois terços dos R$ 180 bilhões que o governo Lula torrará, apenas em 2008, com pagamento de juros.
Tirando a peneira
Aprovado pela Assembléia e prestes a ser sancionado pelo governador de São Paulo, José Serra, o Projeto de Lei 897/2005, de autoria do deputado João Caramez (PSDB), quer acabar com os óculos de sol de má qualidade. O projeto regulamenta a fabricação, a importação e o comércio de produtos óticos no estado, ao exigir dos óculos de sol a certificação de qualidade emitida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) ou organismo certificador de produto por ele acreditado.
O uso de produtos sem a proteção solar pode causar danos irreversíveis aos olhos. Caramez acha que, a exemplo do que acontece nos países europeus, nos Estados Unidos e na Austrália, o controle de qualidade dos óculos de sol deve ser feito na indústria e na importação, e não no varejo.
Vrum
Eike Batista é tema de uma reportagem especial da agência Bloomberg, que conta a trajetória do homem mais rico do Brasil e destaca a sua meta de superar Bill Gates dentro de cinco anos. O título da matéria é “Bilionário Eike Batista mantém uma McLaren SLR na sala de casa no Rio”, referindo-se ao carro de US$ 500 mil que fica estacionado na residência do empresário, no Jardim Botânico.
Constituinte em foco
Um debate entre o ex-deputado constituinte Plínio de Arruda Sampaio e o pesquisador e professor da USP José Juliano de Carvalho inaugura, nesta terça-feira, o projeto “Constituição Federal: 20 Anos”. Organizado pelo Ipea, o projeto reúne uma série de debates e eventos para discutir a Constituição de 1988, que completa 20 anos em outubro. O debate acontecerá na sede do Ipea em Brasília.
Aval
O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, disse que a prometida liberação de R$ 80 milhões, pelo Governo Federal, para a candidatura da cidade às Olimpíadas de 2016 representa o comprometimento do país com os jogos. “No momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar a medida provisória, que libera a verba, a simbologia para o Comitê Olímpico Internacional (COI) é de que o Governo Federal oferece todas as garantias para a realização do evento”.
S/A
Especulação imobiliária, caos no transporte coletivo e escalada da violência. Estes foram os problemas mais citados no lançamento da candidatura de Chico Alencar (PSOL/PSTU/PCB) à prefeitura do Rio. Sem poder contar com a máquina municipal, Alencar espera capitalizar o “voto da indignação”. Presente ao evento, a presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, classificou o narcotráfico como uma forma de empresa capitalista.
Mão visível
Em encontro realizado no Instituto de Economia da Unicamp, foi criada a Associação Keynesiana Brasileira (AKB), que tem como objetivo desenvolver o conhecimento da teoria e da economia keynesiana, entendida como ciência social. “Tomando como base a teoria keynesiana e afins, a “mão invisível” do mercado não funciona adequadamente sem o complemento da mão visível do Estado”, observam os fundadores da AKB.
Como patronos, foram escolhidas pessoas que tiveram importância fundamental na divulgação das idéias e políticas keynesianas no Brasil: Fernando Cardim de Carvalho (UFRJ), Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV-SP), Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp), Maria de Lourdes Rollemberg Mollo (UNB), Mario Possas (UFRJ) e Silvia Schor (USP).
Marcos de Oliveira e Sérgio Souto