O estoque das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) somou R$ 4,7 trilhões em fevereiro de 2022, expansão de 0,8% no mês e de 16,6% em 12 meses, informou o Banco Central (BC). Por segmento, o crédito às empresas aumentou 1% em relação a janeiro e 10,3% em relação a fevereiro de 2021, ao totalizar R$ 2 trilhões. No tocante às famílias, o estoque de crédito somou R$ 2,8 trilhões, com incrementos de 0,7% e de 21,4% nas mesmas bases de comparação.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destaca que, sobretudo no caso dos empréstimos às famílias, mas também em alguns casos do crédito corporativo, as modalidades com maior expansão estão entre aquelas com maiores níveis de taxas de juros.
O incremento na carteira de cartão de crédito rotativo foi de 9,7%, em que os juros chegam a 355% ao ano. “Este quadro traz maior fragilidade aos agentes, notadamente em um contexto de elevação da taxa básica de juros pelo Banco Central, ainda não totalmente repassada aos juros dos empréstimos”, analisa o Iedi.
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 19,4% ao ano (a.a.), elevando-se 0,4 p.p. no mês e 2,2 p.p. em 12 meses. O spread geral do ICC aumentou 0,2 p.p. no mês, para 13 p.p., acumulando elevação interanual de 0,7 p.p.
Nas operações de crédito com recursos livres, a taxa de juros alcançou 36,5% a.a. em fevereiro, elevações de 1,2 p.p. no mês e de 8,4 p.p. em 12 meses. Nas operações com pessoas jurídicas, a taxa de juros situou-se em 21,5% a.a. (+0,1 p.p. no mês e + 7,7 p.p. em 12 meses), enquanto nas operações realizadas com pessoas físicas, as taxas de juros atingiram 48,1% a.a. (+1,8 p.p. no mês e + 8,0 p.p. em 12 meses).
A inadimplência da carteira de crédito do SFN, que considera os atrasos superiores a 90 dias, permaneceu em 2,5% em fevereiro, mantendo-se estável no mês e aumentando 0,3 p.p. na comparação com o mesmo período de 2021.
Leia também:
Empréstimos para estudos cresceram mais de 130% em fevereiro
