Priorizar investimentos na população ou o pagamento de juros da dívida? Esta é a pergunta que fez a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli. “Alguém é a favor de continuar vivendo em um país em que os bancos batem recordes de lucro a cada trimestre enquanto mais da metade da população está passando por algum tipo de insegurança alimentar, com muitos passando fome, jogados na rua?”, questionou Fattorelli, em recente live.
O chamado “mercado” reagiu negativamente quando o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou que é preciso incluir os pobres no orçamento e parar de privilegiar o corte de gastos sociais, o superávit primário e o teto de gastos. O dólar disparou, e a Bolsa caiu…
O “mercado” reage dessa forma pois é composto por poucos grandes operadores que provocam esses movimentos no dólar e na Bolsa, explica a Auditoria Cidadã. “Essas operações são sigilosas justamente para manter esse privilégio para aqueles que podem mandar dinheiro para o exterior à vontade.”
“O mercado fica tentando fazer o governo se ajoelhar exatamente para cortar gastos, fazer superávit, teto de gastos… Tudo para pagar o juro abusivo da ‘bolsa banqueiro’ – a remuneração da sobra de caixa dos bancos – para a farra dos escandalosos swaps, e para garantir o pagamento de juros de uma dívida que nunca foi auditada devidamente, e que numa apuração, o Tribunal de Contas da União (TCU) já demonstrou que não tem servido para investimentos no país. É urgente que se enfrente esse Sistema da Dívida”, afirmou Fattorelli.
Nesta segunda-feira, o dólar caiu 1,20% (para R$ 5,311) e a Bolsa de Valores subiu 0,81% (para 109.748,18 pontos).
Na semana passada, o relator do PLP 104/22 na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, deputado Julio Cesar (PSD-PI), recebeu Maria Lucia Fattorelli e outros defensores do Projeto de Lei Complementar que visa limitar os juros no Brasil.
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