O faturamento real da indústria de transformação do país cresceu 6,3% em junho deste ano, na comparação com o mês anterior. A alta mostra recuperação da queda de 4,8% observada em maio. Com o resultado, o setor acumula um crescimento de 1,4% em seu faturamento real, no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“A recuperação trazida pelos indicadores em junho reflete a superação de uma série de problemas que afetaram a atividade em maio, quando a produção industrial tinha sido muito afetada por greves nos setores de veículos automotores e pelos efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul”, afirma o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Segundo ele, as enchentes gaúchas afetaram não apenas o setor industrial do Rio Grande do Sul, como fábricas que dependem de insumos produzidos naquele estado.
O indicador de número de horas trabalhadas na indústria brasileira cresceu 2,2% entre maio e junho e acumulou uma alta de 2,6% no primeiro semestre. A massa salarial real do setor também avançou de maio para junho (4,3%) e no acumulado do semestre (3,8%).
Já o rendimento médio dos trabalhadores apresentou crescimentos de 4,2% em junho, na comparação com maio e de 2,2%, no primeiro semestre.
O emprego no setor foi o único indicador que não teve alta no mês, já que se manteve estável de maio para junho. No acumulado do semestre, o emprego na indústria acumula alta de 1,6%, de acordo com a CNI.
Já o Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 1,3 ponto em julho, para 97,6 pontos, após três meses de estabilidade. Em médias móveis trimestrais, houve avanço de 0,4 ponto.
“O aumento da confiança empresarial foi amplamente disseminado entre os diversos segmentos econômicos em julho, indicando uma aceleração do nível de atividade no início do terceiro trimestre. Os destaques continuam sendo a indústria de transformação e o setor da construção, ambos registrando aumentos expressivos no mês e níveis de confiança mais elevados do que os dos demais setores. O avanço da confiança nos setores de serviços e comércio, por sua vez, reverte a tendência de queda observada nestes setores no segundo trimestre, contribuindo para a maior alta do ICE no ano, empatada com o aumento registrado em março”, avalia Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas do Ibre.
A alta do ICE em julho decorreu de avanços em seus dois índices componentes. O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) avançou 0,6 ponto, alcançando 97,4 pontos, impulsionado principalmente pela melhora nas projeções de tendência dos negócios nos seis meses seguintes. O indicador que mede esta percepção avançou 1,4 ponto, para 99,3 pontos, maior valor desde setembro de 2021 (100 pontos). Já o indicador que afere a evolução da demanda nos três meses seguintes ficou relativamente estável, ao recuar 0,1 ponto, para 95,6 pontos.
O Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) cresceu 1,9 ponto no mês, atingindo 97,8 pontos. Os seus componentes que medem a percepção sobre a demanda corrente e a situação atual dos negócios, subiram 2,6 e 1,1 pontos, respectivamente, para 98,4 e 97,2 pontos.
Com informações da Agência Brasil
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