Vendas do comércio do Rio recuaram 3,6% em junho

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As vendas do comércio lojista do Rio de Janeiro recuaram 3,6% em junho em relação ao mesmo mês de 2015. Foi o pior índice registrado no varejo carioca para o mês de junho desde 2006. Os números são da pesquisa Termômetro de Vendas divulgada mensalmente pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio), que ouviu cerca de 500 estabelecimentos comerciais da Cidade. No acumulado do primeiro semestre do ano (janeiro/junho) em relação à igual período de 2015 também houve um recuo de 6,8%. Em relação ao mês anterior (maio) houve um aumento de 3,3%.
Segundo Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio, “o mês de junho, que sempre foi aquecido pelas vendas do Dia dos Namorados, uma das datas comemorativas mais fortes do comércio, este ano teve um baixo desempenho, influenciando significativamente no resultado do mês, o menor para o mês de junho dos últimos 10 anos.”
A pesquisa mostra também que todos os setores do ramo mole (bens não duráveis) e do duro (bens duráveis) apresentaram resultados negativos. Os que registraram as maiores quedas no faturamento no ramo mole foram tecidos (- 5,1%), calçados (-4,5%) e confecções (-2,8%) e no ramo duro (bens duráveis) óticas (-7,8%), móveis (-6,7%), jóias (-6,2%) e eletro (-3,7%). A venda a prazo com menos 2,5% e a venda à vista com menos 4,8% foram as formas de pagamento preferidas pelos consumidores.
Em relação às vendas conforme a localização dos estabelecimentos comerciais, a pesquisa mostrou que, em junho, no ramo mole as lojas do Centro venderam menos 5,6%%, as da Zona Sul menos 3,8% e as da Zona Norte menos 1,6%. No Ramo Duro, as lojas do Centro faturaram menos 7,5%, as da Zona Norte menos 3,6% e as da Zona Sul menos 2,6%.
A inadimplência no comércio lojista da Cidade do Rio de Janeiro aumentou 2,1% em junho em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Serviço Central de Proteção ao Crédito do CDL-Rio. Foi a mais alta dos últimos quatro anos. As consultas (ítem que mede o movimento do comércio) e as dívidas quitadas caíram, respectivamente, 3,8% e 2,2% também em relação a junho de 2015.
Ao comparar junho com o mês anterior (maio), os registros do CDL-Rio mostram que as consultas e a inadimplência diminuíram, respectivamente, 3,7% e 2,4% e as dívidas quitadas aumentaram 12,1%.
No acumulado dos seis meses do ano (janeiro/junho) de 2016 em comparação com o mesmo período de 2015 as consultas e as dívidas quitadas diminuíram, respectivamente, 7,1% e 2,3% e a inadimplência cresceu 1,4%, a mais alta desde 2014.
Segundo o registro de cadastro do LIG Cheque da entidade, em junho em relação ao mesmo mês do ano passado as consultas e as dívidas quitadas diminuíram, respectivamente, 9,5% e 1,1% e a inadimplência cresceu 2,3%.
Comparando-se junho com o mês anterior (maio), as consultas, a inadimplência e as dívidas quitadas aumentaram, respectivamente, 0,9%, 0,3% e 1,4%.
No acumulado dos primeiros seis meses de 2016 (janeiro/junho) em relação ao mesmo período de 2015, as consultas e as dívidas quitadas diminuíram, respectivamente, 10,7% e 0,6% e a inadimplência cresceu 1,4%.

Faturamento do varejo mineiro em alta – Já para a maioria dos empresários de Belo Horizonte (59,4%), o faturamento de junho se manteve estável ou aumentou na comparação com maio, de acordo com a Análise do Comércio Varejista, elaborada pela área de Estudos Econômicos da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). O resultado, aliado a um processo de desaceleração da inflação e recuperação dos indicadores de confiança dos empresários e dos consumidores, gerou também uma expectativa positiva para julho: mais de 61% dos entrevistados projetam vendas superiores no mês atual em relação ao anterior.
O economista da entidade, Guilherme Almeida, explica que houve recuo no nível inflacionário apurado nos 12 meses até junho – o índice do IBGE passou de 9,32% no acumulado até maio, para 8,84% nesse período. No comparativo mensal, o indicador caiu de 0,78% para 0,35%.
– A pressão dos preços deteriora o poder de compra das famílias. Quando há um alívio, mesmo que pequeno, elas ganham um fôlego no orçamento e podem destinar mais recursos para o consumo e para suprir uma demanda reprimida – argumenta.
Almeida acrescenta que as promoções realizadas por 61,2% dos empresários no mês passado podem ter atraído até quem deixou de adquirir o presente do Dia das Mães na época da comemoração e, assim, contribuído para o bom desempenho de junho. Os produtos sazonais, a exemplo das roupas de inverno e dos artigos de festa junina, também movimentaram as vendas.
Já o desempenho apresentado em junho não foi tão favorável no comparativo com o mesmo período de 2015: apenas 25,2% dos entrevistados conseguiram superar ou manter o faturamento das lojas.
– A inflação já exercia uma pressão sobre o orçamento familiar; no entanto, no ano passado, o processo de deterioração do mercado de trabalho ainda estava começando. Atualmente vemos um avanço do desemprego, o que impacta diretamente o consumo das famílias – avalia Almeida.
Julho, porém, tem confirmado a leve recuperação dos principais indicadores econômicos, o que gerou o otimismo apontado pelo estudo da Fecomércio-MG. Para estimular ainda mais os clientes a irem às compras, o total de empresários que projetou promoções e liquidações no mês cresceu na comparação com junho, chegando a 76,2%. A intenção é oferecer produtos de qualidade com preços acessíveis, além de reduzir os estoques antigos e reforçar o caixa. Com boas perspectivas, os empregos serão mantidos ou ampliados pela quase totalidade dos empresários.
Em um momento de inadimplência elevada em Belo Horizonte – 10,1% em junho, conforme a Análise de Endividamento do Consumidor, divulgada neste mês pela Fecomércio-MG –, o empresariado da capital tenta adotar medidas de prevenção. Em função disso, em junho, 78,4% dos entrevistados afirmaram que não aceitam mais cheques ou os recebem apenas de clientes fidelizados. Dessa forma, os meios eletrônicos ganharam ainda mais espaço, sendo utilizados em 94% das lojas.

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