O setor de tecnologia no Brasil faturou R$ 754,9 bilhões em 2023, com um crescimento de 5,2% em relação ao ano anterior. O valor no ano passado é 23% maior se comparado a 2020. Os dados fazem parte do Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), panorama do setor lançado esta semana durante o Startup Summit 2024, em Florianópolis (SC).
Três estados se destacaram no ano passado: Ceará, Santa Catarina e Paraná, com altas de 7,8%, 7,6% e 5,5%, respectivamente. São Paulo lidera com folga em número de empresas de tecnologia: 223 mil (em 2022 eram 194 mil), com um faturamento que soma R$ 352,2 bilhões por ano, quase metade do total do país. O Rio de Janeiro ocupa a segunda posição, com 54 mil empresas e faturamento de R$ 64,9 bilhões.
São Paulo tem 11% do seu PIB vindo da tecnologia. A proporção no Amazonas é maior: 15,4% do que é produzido no estado vem do setor, com forte influência da Zona Franca de Manaus e os benefícios fiscais de décadas para que empresas direcionem indústrias na região.
Santa Catarina, com crescimento de 7,6% em relação a 2022, tem atualmente o terceiro maior crescimento no número de empresas e conta com o sexto maior faturamento do país. Os dados foram coletados pela Neoway e a partir de informações extraídas de fontes públicas. A Acate projeta que o estado do Sul terá 10% do seu PIB composto pelo setor de tecnologia até 2030.
Ranking do setor de tecnologia no Brasil (por número de empresas)
UF | Número de empresas em 2022 | Número de empresas em 2023 (evolução %) | Faturamento em 2022, em R$ bilhões | Faturamento em 2023, em R$ bilhões |
São Paulo | 194.968 | 223.138 (12%) | 335,2 | 352,4 |
Rio de Janeiro | 47.829 | 54.316 (11%) | 62,6 | 64,9 |
Minas Gerais | 44.291 | 51.810 (14%) | 55,1 | 57,6 |
Paraná | 33.493 | 39.070 (14%) | 44,0 | 46,4 |
Rio Grande do Sul | 28.772 | 33.025 (12%) | 38,9 | 40 |
Santa Catarina | 23.380 | 27.663 (15%) | 35,6 | 38,3 |
Bahia | 18.073 | 21.017 (14%) | 13,3 | 12,3 |
Goiás | 14.608 | 17.174 (14%) | 12,5 | 10,9 |
Distrito Federal | 13.027 | 15.351 (15%) | 23,0 | 24,1 |
Pernambuco | 13.041 | 15.329 (14%) | 12,4 | 13 |
O relatório traz também uma seção dedicada à geração de empregos na tecnologia. Diferentemente dos dados das empresas e de faturamento, o número mais recente de pessoas empregadas no setor é referente ao ano de 2022, com base nas informações oficiais da Rais.
Conforme o levantamento, com um crescimento de 10%, o total de trabalhadores do setor de tecnologia no Brasil passou de 1 milhão, em 2021, para 1,1 milhão em 2022. Desses, cerca de 40% são em São Paulo. Na sequência aparecem Minas Gerais (8,9%), Rio de Janeiro (7,9%) e Santa Catarina (7,88%).
Utilizando como base dados de Santa Catarina extraídos da Rais, os trabalhadores da tecnologia possuem renda mensal média na faixa dos R$ 5 mil, contra R$ 3 mil na indústria, R$ 2,5 mil na construção e comércio e R$ 1,8 mil no setor de alojamento e alimentação.
“Os dados do Observatório Acate refletem a importância da tecnologia no crescimento econômico do Brasil. Temos a consciência que hoje a tecnologia é a maior direcionadora do progresso mundial, proporcionando forte potencial de geração de PIB, renda e empregos de qualidade”, destaca o presidente da Associação, Diego Ramos.
“Em 1986 existiam cerca de 100 empresas de tecnologia em Santa Catarina, e hoje os dados comprovam que Santa Catarina é o terceiro estado do Brasil com maior número de companhias em relação ao número de habitantes, atrás apenas de São Paulo e do Distrito Federal. O crescimento é exponencial e ampliar a representatividade no PIB é um dos grandes objetivos, visto que somos um estado de muita diversidade na economia com indústria, agronegócio e serviços fortes”, complementa Ramos.