A Páscoa em março de 2024 impactou negativamente o varejo alimentar brasileiro. Se comparado com o mesmo período de 2023, considerando o cenário geral de supermercado + atacarejo, a queda foi de 2,1%. A análise foi feita pela Bnex, empresa especializada em Ciência do Consumo.
A visão por canais também apresentou queda em abril de 2024, quando comparado com abril de 2023. O atacarejo apresentou uma queda de 1,5%, enquanto os supermercados, de uma forma geral, apresentaram queda de 3,7%. Porém supermercados de um a quatro checkouts e de cinco a nove checkouts apresentaram um crescimento de 2% e 1%, respectivamente.
O resultado negativo entre os segmentos de supermercados foi diretamente impactado pela queda dos supermercados com mais de 10 checkouts. Essa movimentação está diretamente relacionada com a data da Páscoa de 2024. Supermercados com mais de 10 checkouts, geralmente contemplam maior sortimento de produtos característicos da cesta de Páscoa, como: chocolates e ovos de Páscoa, sendo os que apresentaram a maior queda no comparativo ano a ano em abril, e o maior crescimento de março nesse mesmo comparativo.
A data, segundo a análise da Bnex, também pesou nos resultados dos indicadores que consideram fidelização de clientes nos canais de supermercados, como a frequência e o gasto médio, já que os benefícios e a comunicação com os clientes são mais expressivos em datas sazonais com ofertas e promoções de produtos típicos da temporada.
Em relação aos produtos mais vendidos em abril, destacam-se frutas, legumes e verduras que apresenta alto crescimento no preço médio de 28,3%, na comparação com o mesmo mês de 2023. Já floco de milho, refresco em pó (8 g a 35 g), pães industrializados, açúcar refinado (1kg) e a cerveja lata até 550ml tiveram queda acima de 20% nesse mesmo comparativo.
Na análise do comportamento do preço com o mês anterior, as variações são mais estáveis. O maior crescimento dos preços médios são em frios kg, com 3,42% e sabonete, com 2,15%. Já as maiores quedas são em açúcar refinado (1kg), de 8,87% e o molho de tomate (200 g a 340 g), de 5,02%.
Já dados de uma pesquisa realizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) apontam que sete em cada 10 brasileiros priorizam self-checkouts para finalizarem suas compras.
Segundo o economista Leandro Rosadas, economista e especialista em gestão de varejo, “o autoatendimento nos supermercados tem sido uma realidade cada vez mais presente, buscando oferecer aos clientes uma alternativa rápida e conveniente para finalizarem suas compras”.
Ainda de acordo com o especialista, o self-checkout é uma adição ao sistema tradicional de caixas, proporcionando uma alternativa eficiente para transações de menor volume: “Self-checkout já é uma realidade, mas ele vem para ser uma outra solução, um outro agregado a isso.”
Para ele, a viabilidade reside na sua capacidade de otimizar o trabalho, destacando o potencial de economia proporcionado por essa tecnologia: “Um self-checkout você pode botar uma só pessoa para cuidar para cada três ou quatro clientes. Assim, eu tenho quatro caixas com uma pessoa só cuidando e essa é a grande economia que o autoatendimento pode promover a sua rede de lojas.”
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