O faturamento do setor alimentar brasileiro teve uma alta de 11,85% em 2023, quando comparado com o mesmo período de 2022. Nos supermercados, o aumento foi de 11,38%, no hipermercado, 12% e no Cash & Carry 14,01%. Os dados são de uma pesquisa feita pela Bnex.
Segundo o estudo, a estabilização da inflação foi um dos fatores que contribuiu para a redução dos preços dos produtos essenciais da cesta básica no país. Com a inflação controlada, os supermercados puderam oferecer produtos a preços mais acessíveis. O Brasil tem 73 milhões de domicílios. Deste total, 37 milhões, espalhados por todos os estados, são mapeados pela Bnex.
A pesquisa mostra ainda que o gasto médio também aumentou de 2022 para 2023. No geral, o crescimento foi de 7,76%. Nos supermercados, 5,56%. Hipermercados 13,24% e Cash & Carry foi a categoria que registrou o maior aumento com 13,40%.
Quando o assunto é ticket médio, no geral, o crescimento foi de 0,89%. Os supermercados registraram alta de 0,27%, hipermercados, 0,39% e Cash & Carry 3,69%.
De acordo com o estudo, essa diminuição nos custos teve um impacto direto no hábito de consumo dos brasileiros. A relação direta entre a estabilidade de preços e o aumento na quantidade de itens adquiridos demonstrou uma mudança notável nos hábitos de compra dos consumidores, incentivou a compra de itens adicionais, mas também gerou um aumento na frequência de visitas aos supermercados.
Além disso, a tendência de uma maior quantidade de tickets por compra reflete a disposição dos consumidores em explorar variedades e aproveitar ofertas, impulsionando não apenas a quantidade de produtos adquiridos, mas também o valor total gasto durante cada visita.
Apesar de um cenário mais estabilizado, essa trajetória positiva indica um cenário promissor para o setor no futuro, onde a adaptação constante às necessidades do consumidor continuará a ser crucial para o sucesso contínuo.
Evandro Alampi, Head de Inteligência da Bnex diz que “estamos vivendo uma verdadeira revolução demográfica que impacta diretamente o varejo. Na Era da Transformação Demográfica, exploramos como as redes varejistas não apenas podem sobreviver, mas prosperar, adaptando-se às mudanças na composição etária da população”.
Existem alguns desafios pela frente.
“Algumas áreas estão encolhendo, outras estão crescendo rápido. Isso pode atrapalhar um pouco o planejamento das lojas, mas também abre portas para inovações. Se a demanda está diminuindo em um lugar, que tal experimentar novos serviços ou formatos de loja?”, diz Alampi, que finaliza: “adaptar-se às diferenças locais não é apenas uma estratégia sábia, é uma jogada essencial para se destacar na competição. Em vez de um plano único para todos, vamos pensar em estratégias que façam sentido para cada realidade”.