Fauna

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Por uma questão de isonomia, os consumidores bombardeados pela Light com o slogan “Quem faz miau é lalau” deveriam ter direito de resposta tão amplo e farto quantos os reclames trombeteados pela empresa francesa. Com isso a mesma companhia que ameaça de prisão consumidores que não honram suas contas responderia perante a clientela pela proposta de prorrogar por 12 a 18 meses a alta extra no preço da energia – de 2,9%, para os consumidores residenciais, e de 7,9%, para os demais – para cobrir queda no faturamento durante o racionamento. A nova taxa – já apelidada de CPMF da energia por sua aparência provisória/permanente – já estava prevista para durar de 36 a 40 longos meses. Se quem faz “miau é lalau”, quem faz “gato” no bolso do consumidor é o quê? Tubarão ou polvo?
Ratoeira
Apesar da compreensão sempre amiga da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Light e suas congêneres vão ter de suar a camisa para manter em funcionamento outro  “gato” instalado no bolso do consumidor. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) e o Instituto Pedra Grande de Preservação Ambiental (Ipeg) entraram, no último dia 15, na Justiça Federal de São Paulo, com ação civil pública pedindo a suspensão da cobrança do encargo de capacidade emergencial (ECE), batizado gentilmente pelo presidente FH de “seguro antiapagão”. Instituído pela União e regulamentado pela Aneel, o ECE aumenta a conta em R$ 0,0049 por quilowatt-hora consumido.
Socializar prejuízos
As duas associações apontam duas ilegalidades básicas na cobrança do ECE. Ao tentar repassar para o consumidor o custo para garantir o suprimento de energia, geradoras e  distribuidoras buscam se eximir da responsabilidade e do risco inerentes à sua própria atividade econômica. Além disso, argumentam Pro Teste e Ipeg, como as geradoras e a CBEE (comercializadora) são estatais, o novo encargo fica caracterizado como contribuição, que somente pode ser instituída por lei complementar, estando vedada sua criação por Medida Provisória, como editada pelo governo.

60 minutos
Conhecido em Campinas, São Paulo, pelas promoções inusitadas, o Tonico”s Boteco lançou uma novidade que é um desafio à turma boa de copo. Diariamente e durante duas horas, de  18h às 20h, e por R$ 12,90 o cliente tem direito a comer (pizzas, salgados, frios) e beber (cerveja, refrigerantes ou sucos) à vontade.

Pára?
Apesar do recuo parcial do governo na urgência para votar o projeto de desmonte da CLT,  a CUT garante que está mantida a greve contra a proposta, marcada para hoje. “Em todo o país, a maioria dos sindicatos filiados à CUT aprovou paralisações totais ou parciais”, diz Cid Marcondes, assessor da secretaria-geral da entidade. Segundo Marcondes, em todas as capitais estão programadas manifestações que vão de concentrações localizadas – como a promovida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo – até atos públicos de maior porte, como decidiram, no Ceará, sindicatos ligados a categorias, como construção civil e educação pública.

Faquir
Carecem de sofisticação e cosmopolistimo os que se irritaram com a retificação esclarecedora do presidente FH de que o Brasil não tem famintos, mas subnutridos. Como sabe qualquer visitante de primeira viagem a esse paraíso tropical exótico, o reino tucano abriga um gigantesco spa, no qual súditos com disfunções de paladar se submetem a dietas sofisticadas baseadas em calorias distribuídas com parcimônia.

Espaço Publicitáriocnseg

Número 1
Aviso recebido por um cliente que se dirigia, ontem, a um caixa eletrônica no Centro de São Paulo: “Não usa esse não, porque aí só tem Roseana.” Diante do espanto do outro, a explicação: “É, Roseana. Só tem nota de R$ 50.”

1º de abril
Anunciado pelo ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, como “o maior acordo do mundo”, o pagamento da correção do FGTS tungada pelos Planos Collor e Verão caminha para o burlesco. Depois de descumprirem todos os prazos para entregar os extratos das contas mantidas em suas agências, os bancos se viram ameaçados pelo governo de encarar uma multa de R$ 5 milhões. Antes que algum leitor mais cético tenha uma crise de riso diante da simples hipótese de o tucanato multar a banca, é bom saber que a questão é séria. A decisão final será na próxima reunião do Conselho do Curador do FGTS – de maioria governista – marcada para ….1º de abril.

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