Faz de conta

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O governo tenta dourar a pílula da reforma trabalhista afirmando que aumentará o índice de emprego. Com mais de 30 anos de experiência em recrutamento e gestão de temporários, o presidente da Employer, Marcos Aurélio de Abreu, vê o que está além da propaganda governamental. “Da maneira como foi redigido, o projeto de lei traz mais dificuldades do que facilidades para o aumento do emprego. E descaracteriza o trabalho temporário ao equipará-lo ao contrato de prazo determinado, tirando a sua flexibilidade de prazo”, alerta Abreu.

Trabalho temporário é uma intermediação de emprego feita por uma agência privada, autorizada pelo Governo Federal. O empregado que vai trabalhar de um a três meses, podendo ser prorrogado por mais 90 dias. Na proposta da equipe de Temer, o prazo passaria para 120 dias.

A Espanha foi um país que acreditou, no início da década, no conto da flexibilização das leis trabalhistas como atalho para gerar mais emprego. Hoje, tem a segunda maior taxa de desemprego da União Europeia (UE), com 18,4% em dezembro, melhor apenas que a da falida Grécia (23%, dado de novembro). A média da UE é de 8,2%.

O parecer da comissão especial que analisa a reforma trabalhista deve ser votado até maio na Câmara.

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Tudo dominado

Menos de duas semanas após a sua posse, o presidente norte-americano Donald Trump causou surpresa com a edição da Ordem Executiva sobre os Princípios Fundamentais para a Regulação do Sistema Financeiro dos Estados Unidos, através da qual pôs fim à reforma de Wall Street e do mercado financeiro conhecida como Lei Dodd-Frank. Os bancos “grandes demais para quebrar” voltarão, agora, a funcionar como antes da crise global de 2008, sem restrições, sem regras e sem controles mais rigorosos.

A decisão poderá ter repercussões perigosas e devastadoras no âmbito econômico e financeiro internacional, especialmente, na Europa”, analisam os economistas Mario Lettieri e Paolo Raimondi, na Resenha Estratégica. “Não por acaso, a mídia financeira de Wall Street elogiou essas decisões como uma corajosa opção de retorno a uma desregulamentação acentuada.” Os especialistas consideram que ainda é cedo para se fazer um julgamento definitivo sobre a administração Trump, “mas esses sinais, definitivamente, não são positivos”.

Resta saber se Trump foi enquadrado pelo sistema financeiro ou apenas criticou Wall Street pois era um tema popular.

Sem confiança

Apenas 1,5% dos internautas acredita totalmente nas informações lidas por meio das redes sociais; 78,5% confiam algumas vezes; 17,9% não acreditam. As informações são do estudo CNT/MDA, divulgado nesta quarta-feira.

Quando quer conferir uma informação, 50,5% recorrem à própria internet, 41,3% conversam com as pessoas, e 26,7% consultam os jornais. Quase metade dos internautas (49,5%) não presta atenção nas propagandas veiculadas na rede.

Nula

Está no forno o novo livro de J. Carlos de Assis, Acerto de Contas: A Dívida Nula dos Estados, que promete mexer fundo nas relações federativas. O livro procura demonstrar que a dívida dos estados junto ao Governo Federal, negociada em 1997, é simplesmente nula e jamais deveria ter sido cobrada. Com isso, em lugar de dever à União, os estados passariam a ser credores dele, mediante o ressarcimento de R$ 277 milhões pagos indevidamente.

Assis sugere uma resolução do Senado Federal para liquidar o assunto rapidamente, já que uma grande mobilização dos setores afetados – principalmente saúde, educação e segurança – e o próprio acionamento da Justiça levariam tempo.

Censura

A tentativa de censura na divulgação das conversas da primeira-dama Marcela Temer só ocorreu porque a Folha de S.Paulo divulgou o trecho em que o hacker ameaça divulgar conversa entre Marcela e o irmão dela que jogaria “na lama”, segundo ele, o presidente Michel Temer. Esse é o grande medo. E maior ainda é saber se alguém ficou com a cópia da transcrição da conversa, que teria sido apagada pela perícia.

Rápidas

A Edipro lança A Teoria das Formas de Governo – Na História do Pensamento Político (208 páginas, R$ 49), do italiano Norberto Bobbio. A tradução é de Luiz Sérgio Henriques *** O Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) realizará em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a partir das 19h, um debate sobre o papel da mulher na indústria de capital de risco. Para participar é preciso se inscrever até o dia 7 no link http://bit.ly/2kWX2yv *** O Centro de Idiomas Brasillis organiza o I Encontro de Tradutores e Intérpretes, com o apoio e parceria do Museu da Imigração da Ilha das Flores, O evento acontecerá em 22 de março, das 9h às 17h, na Ilha das Flores, em São Gonçalo, na Base da Marinha. Detalhes em www.brasiLLis.com.br *** O mercado de internet e os pequenos e médios provedores são temas das palestras no Future ISP Expedição, que acontece na Barra da Tijuca (RJ), no dia 21 próximo. Informações: www.doity.com.br/expedicao-rj

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