Febraban: Selic deve subir até seu nível neutro estimado em 6,5%

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Edifício-sede do Banco Central (Foto: Senado)
Edifício-sede do Banco Central (Foto: Senado)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar a Selic, para 4,25% ao ano. Atualmente a taxa básica de juros está em 3,5%. A projeção para cima é o destaque do Informativo Semanal de Economia Bancária da Federação Brasileira dos Bancos, divulgado nesta segunda-feira. Nesta terça-feira começa a reunião do Copom que decidirá no final da tarde de quarta-feira a nova taxa de juros.

A inflação oficial rondando a casa dos 7% no final deste ano estaria pressionando a elevação da taxa Selic, acreditam alguns analistas. O consenso é que o haverá aumento da taxa de juros. “A grande maioria dos analistas espera nova alta de 0,75 ponto percentual, levando a Selic para 4,25% aa, como já indicado pelo comunicado da decisão anterior. No entanto, há alguns dissidentes que acreditam que o Copom pode ser mais agressivo, elevando a taxa básica de juro em 1,0 pp no encontro. De toda forma, a atenção dos agentes estará centrada no comunicado pós-decisão que trará a visão do colegiado em relação à velocidade e o tamanho do ajuste”, destacou a publicação da Febraban.

Conforme o Banco Central, a taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

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A análise da federação é que “diante da surpresa positiva da atividade neste início de ano e, principalmente, da pressão inflacionária mais persistente, que já começa a contaminar as expectativas de inflação para 2022, parte relevante do mercado espera que o colegiado adote uma postura mais firme, retirando a mensagem de ajuste parcial e indique que o Copom se pautará apenas em levar a inflação de volta para sua meta em 2022”. Nesta direção, ressaltou o informativo, ganha força a leitura de que a Selic deve subir até seu nível neutro (estimado em 6,5% aa) ainda em 2021.

Inflação

A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do país – chegou a 0,83% em maio, divulgou na semana passada o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento foi de 0,52 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de abril (0,31%.

“Foi o maior resultado para um mês de maio desde 1996 (1,22%). O acumulado no ano foi de 3,22%, e o dos últimos 12 meses, de 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2020, a taxa havia sido -0,38%”, destacou o IBGE.

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