A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) entende como bastante positiva informação, veiculada nesta quarta-feira pela imprensa, que a secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda apresentará medidas voltadas para solução de problemas observados no mercado de crédito brasileiro. Segundo o presidente da Isaac Sidney, “entre elas estão a redução da assimetria de informações entre os tomadores de crédito e credores (proposta de compartilhamento das informações do IR) e a recuperação de garantias (Marco de Garantias e Execução de Dívidas). A prioridade dada ao aperfeiçoamento do mercado de crédito, em especial o marco de garantias, é muito bem-vinda.
“Algumas das medidas fazem parte de sugestões que a Febraban e o setor bancário já haviam sugerido ao novo governo e a entidade se compromete a continuar trabalhando, em conjunto com entidades governamentais, para a redução do custo de crédito e o aumento da sua oferta para as famílias e empresas”, ressalta.
Para o presidente da Febraban, o mercado de crédito no Brasil possui amplo espaço para aperfeiçoamento, o que permitiria maior penetração das operações de crédito entre os diversos segmentos da economia, contribuindo para maior expansão do PIB. “A relação crédito bancário/PIB, na faixa de 54%, ainda é baixa para os padrões internacionais, especialmente comparando com os países desenvolvidos, cuja razão crédito/PIB na maioria dos casos ultrapassa 100%”, chama a atenção..
Também ressalta que “as medidas anunciadas, uma vez implementadas, serão um reforço importante para redução das taxas de juros cobradas no país, que ainda são elevadas e atrapalham o desenvolvimento do mercado de crédito. Isso decorre principalmente dos altos custos de intermediação financeira. Aproximadamente 80% da composição do spread bancário decorre dos custos de intermediação, enquanto a margem financeira das instituições representa apenas 20%, segundo o Banco Central.
Para Isaac Sidney, “a inadimplência é um dos principais custos relacionados à intermediação financeira, representando cerca de 30% do total. Ainda há custos operacionais/administrativos e com tributos, que também pesam nas taxas. Além das próprias perdas decorrentes da inadimplência, o país apresenta baixo nível de recuperação de garantias, apenas 18,2% do total emprestado, segundo o Banco Mundial. Nos países desenvolvidos, o grau de recuperação, em média, ultrapassa 80% e nos países emergentes o nível de recuperação supera o dobro do observado no Brasil.”
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