Fed: BCs devem adotar política restritiva para baixar preços

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Federal Reserve, Washington (Foto: divulgação)
Federal Reserve, Washington (Foto: divulgação)

A ata do Fed divulgada hoje revela a crescente ansiedade dos banqueiros centrais com a inflação e planos de adotar uma postura política restritiva para esfriar os preços em rápida ascensão.

Os principais índices de ações, no entanto, subiram após o lançamento, já que os investidores consideram os desenvolvimentos econômicos desde a última reunião do Fed e apostam que a desaceleração do crescimento econômico acabará por limitar a quantidade de aperto que o Banco Central deve conduzir.

Membros do Fomc concordaram em junho que um aumento da taxa de 0,5 ponto percentual ou 0,75 ponto percentual provavelmente seria apropriado em julho. Foi o maior aumento da taxa desde 1994, motivado pelo índice de preços ao consumidor e um salto nas expectativas de inflação ao consumidor pouco antes da reunião de junho. Esses dois pontos de dados frustraram as esperanças de que a inflação já havia atingido o pico e dispararam alarmes de que a inflação está se consolidando.

Já segundo o InfoMoney, “os membros do comitê enfatizaram a necessidade de lutar contra a inflação, mesmo que signifique uma desaceleração da atividade econômica. Com relação à decisão de junho, os integrantes do Fomc pontuaram que a aceleração do aperto de juros se fez necessária conforme a inflação atinge máximas em 40 anos. Além da deterioração da situação da inflação, a preocupação com a perda de confiança no poder do Federal Reserve de torná-la melhor levaram as autoridades do BC dos EUA a convergir em torno do aumento ‘desproporcional’ da taxa de juros e a uma repetição firme da intenção do BC de manter os preços sob controle, apontou o documento.”

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Ainda de acordo com o Infomoney, “o documento do Fed era bastante esperado pelo mercado, uma vez que poderia dar mais indicações sobre os próximos passos de política monetária em meio a um cenário de inflação bastante alta, mas ao mesmo tempo com os temores de recessão rondando cada vez mais o mercado.”

Para Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, “expectativa era de uma ata com viés hawkish; basta lembrar que o Fed tinha 50 como cenário básico para aquela decisão e, de última hora, acelerou para 75 com sinalizações não oficiais via noticiário. E, de fato, é um documento com tom duro: reconheceram a possibilidade de que uma postura ainda mais restritiva pode ser apropriada (+100?) e os riscos de uma inflação mais ‘entrincheirada’ e não citaram em nenhum momento o termo ‘recessão’.”

Já de acordo com Enrico Cozzolino, sócio e head de Análise da Levante Investimentos, “a ata veio muito em linha do que o mercado esperava”:

“A gente vê, pela primeira vez, a preocupação do Fed com a inflação. Essa falta de comprometimento até então com o problema inflação tem trazido quedas no mercado, muito mais do que subir juros.”

Para Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, “não muito diferente do que se imaginava, para a próxima reunião entre 50 e 75, entre 2 e 3 aumentos, o mercado precifica 3, e a mensagem que eles falam é o que vem se falando, inflação muito alta e a maior preocupação para eles é controlar a inflação, muito mais do que evitar possível recessão. Então a grande tônica para o Fed neste momento é tentar matar essa inflação, antes que uma recessão chegue, porque assim, eles ficariam sem nenhuma arma para combater uma recessão, que seria cortar juros e voltar a comprar títulos públicos e títulos hipotecários, então sem muitas novidades neste momento.”

E segundo Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, “basicamente, foi mais do mesmo do que vemos falando, o risco de a atividade desacelerar com o aumento de juros e obviamente se a inflação não desacelerar, o Banco Central americano vai precisar subir mais os juros. Acho que o principal problema nessa situação, é o fator da guerra da Rússia, que pode mudar muito o fator do aperto dos juros americanos por questões de pressão nas commodities. Então, o anúncio não foi nada que o mercado já não estava esperando.”

 

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