O Federal Reserve dos EUA cortou as taxas de juros em 25 pontos-base na quinta-feira em meio à inflação em queda e ao enfraquecimento do mercado de trabalho, marcando o segundo corte de taxa neste ciclo de flexibilização.
“Desde o início do ano, as condições do mercado de trabalho têm melhorado em geral, e a taxa de desemprego tem subido, mas continua baixa. A inflação progrediu em direção ao objetivo de 2% do Comitê, mas continua um tanto elevada”, disse o Federal Open Market Committee (FOMC), o órgão de definição de políticas do banco central, em um comunicado.
Em apoio às suas metas, o comitê decidiu reduzir a meta de intervalo para a taxa de fundos federais em 0,25 ponto percentual para 4,5% a 4,75%, disse o comunicado.
A decisão mais recente do Fed veio após um relatório de emprego fraco, que mostrou que os empregadores dos EUA adicionaram apenas 12.000 empregos em outubro, em meio a um mercado de trabalho em arrefecimento. Essa desaceleração foi exacerbada pela greve e pelo impacto dos furacões recentes.
O último relatório também revisou para baixo o emprego em agosto e setembro, para um ganho de 78.000 e um ganho de 223.000, respectivamente. Com essas revisões, o emprego nos dois meses combinados é 112.000 menor do que o relatado anteriormente.
Após sua reunião de 17 e 18 de setembro, o banco central cortou a meta da taxa dos fundos federais em 50 pontos-base, o que marcou o primeiro corte de taxa em mais de quatro anos e sinalizou o início de um ciclo de flexibilização.
Em uma entrevista coletiva após a reunião de política de dois dias do Fed, o presidente do Fed, Jerome Powell, observou que a inflação diminuiu significativamente nos últimos dois anos, mas a inflação básica permanece um pouco elevada.
PCE
Os preços das Despesas Totais de Consumo Pessoal (PCE) — o indicador de inflação preferido do Fed — subiram 2,1% nos 12 meses encerrados em setembro. Excluindo as categorias voláteis de alimentos e energia, os preços básicos do PCE subiram 2,7%. “O trabalho não está concluído na inflação”, disse Powell.
O presidente do Fed observou que o comitê está no processo de “recalibração” de “nível bastante restritivo”, observando que a faixa-alvo para a taxa de fundos federais foi reduzida em 75 pontos-base após dois cortes consecutivos.
Powell reconheceu que, apesar do bom desempenho da economia, os americanos ainda estão sentindo os efeitos dos preços altos. “Leva alguns anos de ganhos salariais reais para que as pessoas se sintam melhor”, disse ele.
A última reunião do FOMC ocorreu logo após a eleição presidencial dos EUA de 2024, na qual o ex-presidente Donald Trump — o candidato republicano — venceu por uma margem esmagadora em questões como inflação, imigração e conflitos no Oriente Médio.
Powell disse que, no curto prazo, a eleição não terá efeito nas decisões políticas do Fed.
“Especificamente, se e em que medida essas (novas) políticas importariam para a obtenção de nossas variáveis de meta, emprego máximo e estabilidade de preços, não adivinhamos, não especulamos e não presumimos”, disse ele.
Quando perguntado se ele renunciaria se o presidente eleito Donald Trump solicitasse sua renúncia, Powell respondeu com um firme “não”. Questionado se ele acreditava que o futuro presidente tinha o poder de demiti-lo, o presidente do Fed respondeu: “Não é permitido por lei”.
Com Agência Xinhua
