Autoridades do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) discutiram no mês passado os riscos de ondas adicionais de surtos de Covid-19 na economia dos EUA, à medida que os estados continuavam os esforços para reabertura, de acordo com as atas da última reunião de política do Fed divulgada na quarta-feira.
"Vários participantes julgaram que havia uma probabilidade substancial de ondas adicionais de surtos, que, em alguns cenários, poderiam resultar em mais interrupções econômicas e possivelmente em um período prolongado de atividade econômica reduzida", disse a ata da reunião do Fed realizada nos dias 9 e 10 de junho, durante os quais o Banco Central esperava que a taxa de juros de referência permanecesse no nível atual de quase zero até 2022.
Em alguns cenários adversos, as autoridades do Fed observaram que "mais fechamentos de negócios ocorreriam" e os trabalhadores experimentariam períodos mais longos de desemprego que poderiam levar a uma perda de habilidades que prejudicariam suas perspectivas de emprego, mostraram as atas.
"Os participantes comentaram que ainda havia uma quantidade extraordinária de incerteza e riscos consideráveis para as perspectivas econômicas", disse a ata, observando que a atividade econômica pode se recuperar mais rapidamente "se possíveis surtos amplos e generalizados puderem ser evitados".
A ata também disse que a economia dos EUA precisa de apoio da "política monetária altamente acomodatícia por algum tempo" e as condições para isso devem ser claramente definidas.
"Vários participantes observaram que é provável que a economia precise de apoio da política monetária altamente acomodatícia por algum tempo e que nos próximos meses será importante que o Comitê forneça maior clareza sobre o caminho provável da taxa de fundos federais e da compra de ativos", segundo as atas.
O Fed reduziu as taxas de juros para quase zero em duas reuniões não programadas em março e começou a comprar grandes quantidades de títulos do Tesouro dos EUA e títulos garantidos por hipotecas de agências para reparar os mercados financeiros. Também divulgou novos programas de empréstimos para fornecer US$ 2,3 trilhões para apoiar a economia em resposta ao surto.
Embora dados econômicos recentes ofereçam alguns sinais positivos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou na terça-feira que a reabertura da economia dos EUA mais cedo do que o estimado trouxe "novos desafios" para o país.
"Embora essa recuperação da atividade econômica seja bem-vinda, ela também apresenta novos desafios, principalmente a necessidade de manter o vírus sob controle", disse Powell em uma audiência no Congresso, acrescentando que o caminho para a economia continua "extraordinariamente incerto" e dependerá em grande parte sobre o sucesso em conter o vírus.
O chefe do Fed também alertou que um segundo surto do vírus poderia forçar governos e pessoas a "se retirarem novamente da atividade econômica".
"Acho que a pior parte seria retirar a confiança do público, que é o que precisamos para voltar a muitos tipos de atividades econômicas que envolvem aglomerações", disse Powell.
Agência Xinhua