Federal Reserve mantém taxas de juros inalteradas

Em apoio às suas metas, Fomc decidiu manter a meta de intervalo para a taxa de fundos federais em 5,25% a 5,5%

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Dólar (Foto: divulgação)

O Federal Reserve deixou as taxas de juros inalteradas na quarta-feira, em uma alta de 22 anos de 5,25% a 5,5%, já que os últimos dados de preços ao consumidor mostram que a inflação continua esfriando.

Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Os ganhos de empregos moderaram, e a taxa de desemprego aumentou, mas continua baixa. A inflação diminuiu no ano passado, mas continua um pouco elevada. Nos últimos meses, houve algum progresso em direção à meta de inflação de 2% do Fomc.

“O Comitê busca atingir o máximo de emprego e inflação na taxa de 2% no longo prazo. O Comitê julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação continuam a se mover para um melhor equilíbrio. A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo”, diz nota.

Em apoio às suas metas, o Fomc decidiu manter a meta de intervalo para a taxa de fundos federais em 5,25% a 5,5%.

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“Ao considerar quaisquer ajustes na meta de intervalo para a taxa de fundos federais, o Comitê avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a perspectiva em evolução e o equilíbrio de riscos. O Comitê não espera que seja apropriado reduzir a meta de intervalo até que tenha adquirido maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%. Além disso, o Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências. O Comitê está fortemente comprometido em retornar a inflação ao seu objetivo de 2%. Ao avaliar a postura apropriada da política monetária, o Comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para a perspectiva econômica. O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê. As avaliações do Comitê levarão em consideração uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais”, diz o comunicado.

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a decisão de manter a taxa em 5,5% já era esperada. “Parte do mercado esperava uma mensagem clara no comunicado sobre um possível corte de juros em setembro, mas isso não aconteceu. O comunicado repete muitos pontos anteriores, com algumas mudanças nas palavras, destacando que estão considerando os riscos. Isso sugere que, além da inflação, eles também estão atentos ao mercado de trabalho, o que pode indicar uma preparação para um corte de juros em setembro. Talvez algo mais concreto seja dito na entrevista coletiva, mas acredito que o grande anúncio ocorrerá no simpósio de Jackson Hole, em 24 de agosto. Historicamente, grandes mensagens de médio a longo prazo são transmitidas nesse evento, e a data é ideal para deixar claro que um corte de juros está previsto para setembro. No momento, eles continuam monitorando os indicadores e aguardando mais dados, como o relatório de emprego (payroll) e novos dados de inflação, para tomar uma decisão mais firme até o dia 24 de agosto.”

Jerome Powell
Jerome Powell (Foto: Fed/divulgação)

Jorge Souto, CIO da TC Pandhora, disse que Jerome Powell, presidente do Fed, foi bem claro na conferência. “Ele basicamente deixou claro que houve discussões reais sobre cortes nessa reunião e deu a entender que em setembro haverá um corte, destacando que agora estão focados no mandato duplo [inflação e economia], não mais apenas na inflação. Isso foi positivo, pois era praticamente impossível ele confirmar um corte em setembro diretamente, já que não é assim que ele trabalha. No geral, foi um indicativo de corte em setembro.”

“Lembrando que há uma reunião importante no final de agosto, onde o pessoal do Banco Central se reúne para discutir política monetária. Vários dados ainda não foram divulgados, então talvez fique mais claro de forma mais direta. No entanto, hoje ele foi bastante direto, na minha opinião, sobre o corte de setembro”, concluiu Souto.

Com informações da Agência Xinhua

Matéria atualizada às 17h30 para inclusão de análise da TC Pandhora

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