Feliz aniversário

134

Sem desprezar as conseqüências provocadas pela maneira incruenta como se forjou nosso país, esta coluna não deixa, no entanto, de saudar o aniversário do Brasil. Não se trata, obviamente, de bajular o colonizador nem sequer de comemorar a dependência ainda reinante nem as injustiças sociais. Trata-se de resgatar um Brasil, que, sem fugir das circunstâncias históricas, foi forjado por um encontro, tenso e nem sempre fraterno, de etnias, povos e culturas diferentes.
O reconhecimento de que o resultado atual é profundamente injusto e aquém do merecido para a grande maioria dos brasileira não nos leva a renegar nossa nação. Ao contrário, é o justo orgulho de sermos brasileiros que cataliza a indignação mobilizadora que nos permite sonhar com um país mais justo, soberano e democrático. Para isso, antes de tudo, é preciso resgatarmos o passado, construirmos o presente e não deixarmos o futuro nas mãos dos que, por se envergonharem de serem brasileiros, nos querem fazer compartilhar do seu opróbio. É catilinária inútil. O Brasil continua esperançoso e insubmisso a qualquer projeto que o apequene e sonhe impedi-lo de retomar seu rumo.

Colonizados
O deputado federal Vivaldo Barbosa (PDT-RJ) tem uma tese irônica sobre a aliança entre o PFL e o PSDB. Afirma ele que o PFL piorou depois da parceria com o tucanato. E explica: os pefelistas representam a ala conservadora e atrasada da elite brasileira. Já o tucanato também se mostra conservador e atrasado, porém só tem olhos para os interesses dos financistas internacionais.

Anti-Brasil
Nada mais revelador do legado que a atual plutocracia deixa às próximas gerações que, nas comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil, o presidente FH tenha de antecipar sua ida à Bahia para fugir de protestos, mobilizar mais de 5 mil policiais para impedir manifestações contra seu governo e determinar a proibição do acesso do povo à festa.

Carona
Em vez de sair do – gordo – lucro das empresas, a eventual aprovação do projeto 1.286/99, que garante aos estudantes de 1º e 2º grau de escolas particulares e públicas (estes mesmo quando não uniformizados), universidades e  Senai, Senac o direito de pagar meia passagem nos ônibus municipais pode custar cerca de R$ 144 milhões em subsídios ao ano à Prefeitura do Rio. Para evitar mais esta transferência do espeto ao contribuinte, a vereadora Rosa Fernandes (PFL) apresentou emenda ao projeto, de autoria dos vereadores Fernando Gusmão (PcdoB) e Edson dos Santos (PT), derrubando o subsídio que a Prefeitura destinaria aos aparentemente intocáveis empresários do setor de transportes.

Espaço Publicitáriocnseg

Se houver tempo
De 24 a 25 de outubro,  Montreal será a sede da segunda reunião do G-20, grupo formado pelos maiores países industrializados, incluindo nações conhecidas como emergentes – como o Brasil. Os ministros da Fazenda e os presidentes dos bancos centrais se reunirão para avaliar a situação econômica mundial e discutir  as medidas a serem tomadas para reduzir a vulnerabilidade dos países às crises financeiras.  A primeira reunião do G-20 ocorreu em Berlim, em setembro de 1999, quando o ministro da Fazenda do Canadá, Paul Martin, foi eleito presidente com um mandato de dois anos.

Desmonte
O presidente da Petrobras, Henri Reichstul, passou a quinta-feira reunido com a diretoria da empresa para tentar “segurar a onda” de fuga de seus executivos. Os baixos salários estão empurrando a “memória de negócios” da empresa para os concorrentes. Nesta semana, dois foram para a Rio Polímeros, gestora do Pólo Gás-Químico, cujo superintendente é o ex-diretor Roberto Villa. Outro risco de perda é do presidente da Gaspetro, Djalma Rodrigues de Souza. Ele ainda não revelou de quem partiu a proposta de compra do seu “passe”. Sabe-se que a insatisfação dos diretores é contra salários abaixo de R$ 10 mil mensais. A debandada deixa em maus lençóis os adoradores da tese de que a Petrobras não passa de “um cabide de emprego para marajás”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui