FenaSaúde: idosos é o público que mais cresce nos planos

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A mudança no perfil do padrão de morbidade, que deixou de ter como causa doenças infectocontagiosas e agora a prevalência é de doenças crônicas, fez com que o custo assistencial passasse a crescer à medida que a idade avança. “O sistema de saúde precisa se reorganizar quanto ao cuidado e à prestação da assistência ao idoso’,afirma Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), ressaltando que “idosos não são expulsos dos planos de saúde”.

Nos últimos três anos, os beneficiários de planos de saúde que apresentaram maior crescimento foram aqueles que têm mais de 80 anos. Representando um avanço de 62% deste público enquanto que nos demais, foi registrada queda. Segundo o Instituto de /estudos de Saúde Suplementar (Iess), enquanto um paciente que tem menos de 18 anos custa ao ano para o plano R$ 1,5 mil, aquele que tem mais de 80 anos pode gerar gastos de R$ 9 mil.

“Devido ao fato das pessoas estarem vivendo mais e ao crescimento dos custos médico-hospitalares, os gastos com despesas assistenciais até o ano de 2030 deverá crescer até 157% passando de R$149 bilhões e atingindo a marca de R$ 383 bilhões”, destaca a executiva.

Enquanto o setor é de 24,5% dos brasileiros, entre os beneficiários com idade igual ou superior a 80 anos é de 36,3%; de 70 a 79 anos, 28,4%; e acima de 60 anos, 28,8%, em dezembro de 2017, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A participação de beneficiários de planos de assistência médica com 60 anos ou mais de idade passou de 23,2% em dezembro de 2007, para 29,7% em dezembro de 2017, aumento de 6 pontos percentuais”, explica a presidente da FenaSaúde.

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Em 2017, a “Pesquisa Longevidade: Idosos e Planos de Saúde”, realizada pelo Datafolha com 1.110 entrevistados a partir dos 60 anos nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, a pedido da FenaSaúde, mostrou que 70% dos idosos estão satisfeitos com seus planos. “Para ter ideia, o custo assistencial médio por beneficiário dos 54 aos 58 anos é de R$ 3.988,23, enquanto a partir dos 59 anos, sobe para R$ 8.036,35 – uma variação acima de 100%”, afirma Solange.

Levantamento da ANS mostrou que o custo assistencial de um idoso acima de 60 anos é muito superior ao de um jovem: ele custa 7,5 vezes mais no item “Exames complementares”, 5,7 vezes mais em “Terapias”, 6,7 vezes mais em “Outros atendimentos ambulatoriais”, 6,9 vezes mais nas “Internações”, e 7,7 vezes mais nas “Demais despesas assistenciais”.

Segundo a presidente da FenaSaúde, os jovens pagam até um custo mais alto do que sua faixa para reduzir o custo do idoso. É o que se chama pacto Intergeracional. O fato é que os idosos estão aumentando a base de beneficiários de planos, enquanto os jovens estão saindo do sistema. Esse desequilíbrio só contribui para aumentar os custos, já que os idosos, geralmente, utilizam mais o serviço em razão da presença mais comum de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes”, acrescenta.

Enquanto a incidência de doenças crônicas é baixa na infância, a tendência é que seja muito alta na idade avançada. Hipertensão, por exemplo, aflige 03 em cada 100 jovens de 18 a 29 anos, e mais de 55 entre os maiores de 75 anos. Nos problemas de coluna e neoplasias, o quadro é semelhante.

“Resume esse fato da vida a prevalência de 10 em 100 jovens menores de 20 anos com uma doença crônica, e 98 entre maiores de 65 anos – sendo que desses mais de um terço tem três ou mais crônicas”, destaca Solange. Para ilustrar, ressalta que a sociedade norte-americana gastou, em 2016, US$ 220 bilhões, ou 6,8% do gasto anual com saúde, para o tratamento de 26 milhões de diabéticos (11,5% da população adulta).

 

Prevenção

 

Pesquisa realizada em 2017 pela consultoria Mercer Marsh Benefícios com 690 empresas do país, que juntas empregam 1,7 milhão de colaboradores, mostrou que os investimentos das companhias em programas para melhorar a saúde e o bem-estar dos seus funcionários cresceram 21% no período de dois anos, de R$ 224,15 para R$ 271,21 por funcionário.

De acordo com o estudo, 38% das empresas ouvidas pretendiam aumentar seus investimentos em saúde e qualidade de vida nos dois anos seguintes; 21% realizam mapeamento de perfil de saúde e casos crônicos, das quais 73% fazem mapeamento anual; 17%, bianual; e 10%, semestral. Em relação a atividades físicas, 56% das empresas têm convênio com academias; 46% possuem grupos de corrida; 31%, planos de atividade física; 23% oferecem academia dentro da companhia; e 20% dão subsídio para academia. Além disso, 41% das empresas promovem alguma ação voltada para a saúde emocional dos funcionários.

 

 

 

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