Quando assumiu a presidência do banco, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, encontrou duas instituições financeiras. Uma de financiamento, saudável, e outra de privatizações, “de transferência de propriedade de empresas públicas para empresas nacionais ou estrangeiras”. Esse banco, segundo ele construiu uma carteira de passivo de péssima qualidade, vide o caso da AES. “Na Fernandécada (anos 90) em função dessas operações ligadas às privatizações, cresceram muito os ativos e passivos do banco, sem a economia acompanhar. As operações de passivos dependiam de recursos do banco e o capital próprio do não cresceu. Em 1995, o passivo era de 5% e, agora, pulou para 20%. Isto obrigou o BNDES a dolarizar suas operações e passou a operar com uma cesta de moedas”, acusou Lessa.
Paz dos cemitérios
Um dos principais defensores dentro do governo do aumento dos gastos públicos como alavanca para a retomada do desenvolvimento econômico, Carlos Lessa usou o regime salazarista português (entre 1932 e 1968) como referência para criticar o apego aos fundamentos macroeconômicos. “Se houve um governante que respeitou os fundamentos macroeconômicos foi o Salazar. Durante seu período, as contas públicas sempre foram superavitárias.” Mas, completou Lessa, “Portugal de Salazar não foi a lugar nenhum. Perfeito equilíbrio macroeconômico e zero de crescimento.”
Estrela
A Varig foi eleita pelos leitores da revista Viagem e Turismo como a Melhor Empresa Aérea em Rotas Internacionais. A companhia – que disputou o título com empresas de todo o mundo que ligam o Brasil ao exterior – venceu pela terceira vez consecutiva o concurso O Melhor de Viagem.
Datamec
Acionistas minoritários da Datamec comemoram o que consideram o primeiro round vencido contra a Caixa Econômica Federal envolvendo cerca de R$ 9 milhões. Segundo ação defendida pelo escritório Tavares, Matteoni, Freitas de Souza & Figueira de Mello, a CEF incorporou a Datamec em 1966 e, 20 anos depois, vendeu-a para a Unisys, sem contudo pagar aos primeiros donos, que venceram a ação na 17ª Vara Federal de Brasília. A Caixa recorreu da decisão.
Macro
O Ibmec Business School criou o Ibmec Debates, para discussão, uma vez por mês, de cenários macroeconômicos e perspectivas para a economia brasileira. O primeiro encontro será hoje, sobre perspectivas econômicas para 2004, e contará com Gustavo Franco, Cláudio Considera, Arilton Teixeira e Hamilton Kai. O evento começa às 14h. Informações e inscrições: (21) 3284-4000 ou [email protected]
Interior
BNDES, UFRJ, Uerj e CSN se unem hoje para viabilizar um pólo universitário na região do Médio Vale Paraíba, em especial em Volta Redonda (RJ). Iniciativa da deputada Cida Diogo (PT), o encontro terá também a presença dos ministros do Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, e da Educação, Cristóvam Buarque.
Primeira mão
Somente para refrescar a memória. Em 4 de julho passado, sob o título “Submissão prorrogada”, esta coluna publicou a seguinte nota: “Mesmo sem consultar os babalorixás, ouvir outros oráculos ou ler as estrelas, esta coluna antecipa: apesar de todas negativas, o governo Lula vai acabar renovando o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence em setembro. Pelo visto, o país está condenado a continuar, como diria o vice-presidente, José Alencar, garroteado durante os quatro ano de mandato petista.”
Duplo sentido
A nova retórica petista passou a comparar o acordo com o FMI à contratação do cheque especial, algo a ser usado em caso de necessidade. Num país em que os juros do cheque especial ultrapassam os 150% ao ano, a comparação ou é uma agressão à inteligência nacional ou uma crítica ferina à política ditada pelo fundo.