Ferrovia pode passar e só o Rio não ver

É preciso garantir que ferrovia ligando portos do Espírito Santo e Rio de Janeiro à malha brasileira chegue a Itaguaí

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Trilho de ferrovia
Trilho de ferrovia (Foto: Governo BR)

Uma demanda antiga – a revitalização da malha ociosa da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), de Campos dos Goytacazes (Norte Fluminense) a Nova Iguaçu, na Baixada, acessando também os portos do Rio e de Itaguaí – poderá sair do papel em breve. O Governo Federal deve lançar concessão de uma nova ferrovia, a Estrada de Ferro 118, ou Anel Ferroviário do Sudeste, para interligar portos de Rio e Espírito Santo à malha ferroviária brasileira. Seriam cerca de 170 quilômetros entre o Porto de Ubu, em Anchieta (ES) e o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), passando ainda pelo Porto Central, em Presidente Kennedy (ES).

Para esta construção “do zero”, o governo topa aportar até R$ 1,5 bilhão – ganha a licitação a empresa que exigir menor aporte da União. A revitalização da malha ociosa da FCA viria numa segunda etapa, mas ainda sem recursos previstos no Orçamento Federal.

É aí que mora o perigo para as empresas e a população do Estado do Rio de Janeiro. Se as 2 etapas não estiverem amarradas, corre-se o risco de só ser construído o trecho que liga o Porto do Açu ao Espírito Santo, o que seria devastador para economia fluminense, alerta o ex-secretário de Energia e Indústria Naval Wagner Victer.

A ligação entre o Norte Fluminense e o Porto de Itaguaí cruza regiões com potencial de crescimento, como o Complexo Boaventura (antigo Comperj). Se for feito apenas o trecho entre Espírito Santo e Açu, este se tornaria um novo “porto capixaba” destinado a exportação de minério e commodities produzidos em outros estados com geração de empregos pífia, sem pagar impostos (desoneração pela Lei Kandir) e ficando só com a poluição ambiental da poeira do minério.

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Tal qual na revitalização do Aeroporto do Galeão, governantes e entidades do Rio têm de se movimentar para impedir que o estado fique a ver ferrovias, sem se beneficiar.

Lotação esgotada

A Riotur, entidade oficial do turismo carioca, estimou que o Réveillon 2025 reuniu mais de 5 milhões de pessoas, entre locais e turistas, pela cidade, sendo que Copacabana e Leme receberam 2,6 milhões.

Esta coluna já mostrou que, sem reduzir a grandeza da comemoração em Copacabana, o bairro (cerca de 170 mil moradores) não comporta esses milhões divulgados a cada ano.

Questionada, a Riotur não respondeu, à coluna, como é feita a contagem.

Luz cara e falha

Depois de deixar 90% da população de Porto Rico sem luz na virada do ano, a empresa canadense-estadunidense Luma garantiu que no dia 1º a maior parte da energia da ilha, que é território dos EUA, foi restaurada.

Após a privatização, em 2018, as tarifas de energia elétrica dobraram. Usando a lógica rasteira dos jornalões brasileiros, que demandaram a privatização das rodovias após a queda da ponte no Maranhão, seria o caso de defenderem a estatização do setor elétrico em Porto Rico.

O que, nesse caso, seria uma solução.

Rápidas

O autor Juca Serrado lança o romance Um Adeus no Cais do Sodré (editora Jaguatirica), que aborda temas como escravização, ganância e violência *** O Cadeg, centro de distribuição de alimentos do Rio de Janeiro, celebra 63 anos com o Festival de Verão 2025, de 9 de janeiro a 9 de fevereiro, com programação gratuita.

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