Festival do Camarão do Porto reúne gastronomia, samba e exposições

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A tradicional Roda de Samba das segundas-feiras na Pedra do Sal está de volta à região portuária em grande estilo. É a primeira vez que se apresenta desde a pandemia. E, esse retorno, começa em edição especial no Festival do Camarão do Porto, dia 20 de novembro, sábado, a partir das 17h, no Largo da Prainha. Uma programação cultural com gastronomia, samba e exposições de obras de dois artistas, que formam um casal de moradores da Gamboa, para contribuir com a reflexão sobre a origem afro-brasileira no Dia Nacional da Consciência Negra.

Raphael Vidal, diretor de gastronomia do Polo da Região Portuária, fez a programação cultural para o período do Festival com shows na Sacada do Bafo da Prainha, tendo como ápice a Roda de Samba da Pedra do Sal. Apresenta duas exposições assinadas pelo artista visual Fernando Mendonça, “Gamboa 2020” no Gratto Restaurante; e Marisa Silva, ‘Bordados Políticos’, na Casa Porto.

Festival do Camarão do Porto até 30/11

O camarão é o grande aliado à culinária africana no Mês da Consciência Negra e o Festival do Camarão do Porto indica a gastronomia de 23 restaurantes participantes nos bairros da Saúde, Gamboa e Morro da Providencia. O cardápio à base de crustáceo pode ser encontrado nos restaurantes na região portuária e o público escolhe e solicita um dos o pratos do Festival.

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Fernando Mendonça

Na exposição “Gamboa 2020” o artista visual Fernando Mendonça retrata a Gamboa, bairro em que vive no Rio há mais de 40 anos. Com a pandemia e o forçado isolamento, o artista maranhense hiperpontilhista mergulhou ainda mais na paisagem do lugar onde escolheu para morar, hoje com a mulher e também artista e artesã Marisa Silva. Com as obras da exposição no Gratto, ele descreve não apenas os casarões, mas também a vida, as luzes e cores desta parte histórica do Centro do Rio.

O artista inicia sua formação artística em 1978, quando ingressa no Grupo “Laborarte”, importante na vida cultural de São Luís do Maranhão nos anos 70 e 80. Expõe individualmente pela primeira vez em 1984, mesmo ano em que conhece o renomado artista plástico Rubens Gercheman, que o encoraja a ir buscar melhores dias num centro urbano maior: o Rio de Janeiro.

No ano seguinte, em 1985, segue o conselho do mestre e transfere-se para a Cidade Maravilhosa. Em seu currículo estão significativas conquistas que evidenciam o talento e a qualidade de expressão artística do trabalho de um dos mais importantes artistas visuais contemporâneo.

Maiores informações pelo facebook Fernando Mendonça.

Exposição: “Gamboa 2020”

Local: Gratto Bistrô e Restaurante.

Endereço: Praça, Largo da Prainha, 23. Saúde. RJ.

Telefone: 21 2516-0811

Visitação gratuita até 30/11. Terça-feira a domingo – 13 às 22h.

Marisa Silva

Em sua primeira exposição individual, a arte educadora e bordadeira Marisa Silva traz uma série de bordados que denunciam o momento político e histórico do Brasil. Seu trabalho leva a pensar sobre o bordado como resistência, uma forma de expressão política e luta. Através de linhas, pontos e cores, destaca os tempos difíceis que o país atravessa desde a eleição de 2018, passando pela pandemia em 2019, até hoje.

Esta série de ‘Bordados Políticos’ que a artista vem desenvolvendo, torna-se, portanto, mais que um registro, e sim, uma narrativa poética que, dividida em três painéis: um sobre a infância (ou a negação dela), outro sobre a ancestralidade, a intolerância religiosa, o racismo e o feminicídio. Por fim, um terceiro painel fala sobre os povos originários e suas mazelas e os tristes relatos bordados sobre a pandemia, com os mais de 600 mil mortos pelo país brasileiro.

Exposição: “Bordados Políticos”

Local: Casa Porto

Endereço: Largo de São Francisco da Prainha, 4

Telefone: 21 99815-1568

Visitação gratuita até 12/01/22. Quarta-feira a sábado – 11 às 23h.

Maiores informações pelo facebook Marisa Silva.

Roda de Samba da Pedra do Sal

Uma das rodas de samba mais popular do Rio de Janeiro, nasceu há 12 anos aos pés do Morro da Conceição. O local de vasto simbolismo histórico e religioso, hoje conhecida como “Pedra do Sal” na Cidade Carioca onde se firmou o maior mercado de escravos do planeta, o Cais do Valongo.

A Roda de Samba da Pedra do Sal se tornou patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro com um samba considerado diferente. Um grande apelo pela cultura de base e respeito pela história e ancestralidade, em defesa do gênero mais significativo da rica Música Popular Brasileira. Foi eleita em 2015 a ‘Melhor Roda de Samba em Espaço Público do País’. Seus integrantes, jovens músicos conscientes da relevância dos fatos locais, utilizam vasto repertório do samba de raiz e seus instrumentos são como ferramentas de transmissão dos saberes históricos da região portuária.

O público sempre canta junto sambas clássicos de importantes compositores que ajudaram a construir a história do mais carioca de todos os ritmos: Cartola, Candeia, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, João Nogueira, Paulo César Pinheiro, entre outros.

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