Fim de festa

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“É uma festa em que o champanhe já acabou.” A frase é do economista Maurício Dias David, ao comentar relatório da Unctad dando conta de que o fluxo de investimento direto estrangeiro (IDE) para o Brasil cresce percentualmente acima dos demais emergentes. David considera que a crise mundial e a resposta de uma nota só dada pelo Brasil (aumento da taxa de juros) irão inibir a entrada de capital produtivo no país.

Canguru
De acordo com o Departamento de Imigração da Austrália, há alguns anos, apenas cinco mil brasileiros viajavam para o país com o objetivo de fazer cursos. Em 2007, este número subiu para cerca de 12 mil intercambistas. Pelo ritmo de crescimento do primeiro semestre de 2008, a expectativa é que o Brasil envie 15% mais estudantes para a Austrália que no ano passado. Além dos cursos de inglês, as pós-graduações são a grande meta do momento. A agência de intercâmbio Australian Centre, de olho nesse mercado, inaugurou uma filial no Rio de Janeiro. A empresa, que cresceu 50% no ano passado, prevê que a nova loja responderá por 25% a 30% do faturamento nos próximos meses. Segundo a agência, o custo de vida nas principais capitais australianas é bem mais baixo que nos Estados Unidos e na Inglaterra e os salários são o dobro dos pagos nos EUA e na Europa.

Sem medalhas
Para quem acredita num país de classe média com renda residencial de R$ 1 mil, a performance do Brasil nas Olimpíadas pode ser considerada “razoável”, como analisou o presidente Lula, ou até “positiva”, como preferiu o ministro dos Esportes, Orlando Silva. São visões que rebaixam as ambições do país, tanto as olímpicas, quanto as referentes ao desenvolvimento, a patamares próximos da mediocridade. No primeiro caso, destina ao Brasil o pódio do quase nada; no segundo, a medalha de lata dos países em desenvolvimento, ou emergentes no jargão do relatório dos bancos que tanto mobilizam os tecnocratas tupiniquins.

Turismo
A UniverCidade inaugura um ciclo de palestras, nesta quarta, para alunos de Turismo e Hotelaria, que contará com a participação do secretário de Turismo do Rio, Rubem Medina, e do deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), que falará sobre “Políticas Públicas de Turismo”. O evento será no Teatro da Cidade, em Ipanema.

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É a política!
A avaliação é de um observador que acompanha as eleições brasileiras há 30 anos: “Numa campanha morna, candidato sem máquina de governo querer disputar o discurso da eficiência com quem está no poder é suicídio eleitoral.” Para esse analista, só existe uma forma de um candidato sem máquina partidária tentar bater um adversário com apoio de instância de governo: politizar a campanha, para tentar se diferenciar por sua trajetória e sua visão de mundo.

Chineses
O analista cita como exemplo a briga entre a candidata do PCdoB à Prefeitura do Rio, a ex-deputada Jandira Feghali, e seu concorrente do PMDB, o ex-deputado Eduardo Paes, por uma vaga no segundo turno. Ele ressalva, porém, que, com a pasteurização da política, “os candidatos estão cada vez mais chineses”. “Isto é, muito parecidos”, ironiza.

Marcos de Oliveira e Sérgio Souto

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