Hoje, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) realiza seu último pregão, oficializando a morte anunciada do mercado carioca que se arrasta desde o escândalo do caso Nahas. Apesar do fim da BVRJ, seu presidente, Carlos Reis, não ficará ao relento, assumindo a presidência da Comissão Nacional de Bolsas de Valores (CNBV). Com o fim da maioria das bolsas brasileiras, restou à CNBV a Bovespa, a Bolsa de Santos, a BM&F, a Soma e a nova versão da BVRJ, responsável pela negociação do mercado secundário de títulos públicos. Depois de 20 anos, em Belo Horizonte, a sede da CNBV será transferida de Minas Gerais para o Rio de Janeiro.
Rei do blefe
A postura do senador Antônio Carlos transferindo a decisão sobre o adiamento da votação do salário mínimo da presidência do Senado para o plenário, onde a maioria governista se encarregou de sepultar o acordo com a oposição, adiando a votação da Medida Provisória do reajuste do mínimo, apenas reafirma antiga verdade: ACM rosna como leão, mas, na hora agá, age como um gato desdentado.
Bumbum
Os trabalhadores e aposentados que ocuparam ontem as galerias da Câmara como forma de protesto pela não-votação da Medida Provisória do salário mínimo deram as costas para o plenário e chegaram a abaixar as calças. A galeria é isolada por um vidro fumê, que impede os parlamentares de verem e ouvirem os manifestantes. Alguns diziam que os congressistas deveriam honrar as calças que vestem.
Turismo presidencial
A incompatibilidade de FH com o povo brasileiro leva esta coluna a fazer algumas sugestões de viagem para o presidente – pelo Brasil, claro, pois no eixo EUA-França-Suíça FH se locomove sem qualquer incidente. FH poderia ir para a Ilha do Caju, no Delta do Parnaíba, entre Maranhão e Piauí, propriedade particular aonde os turistas só chegam de barco; ou o Colégio do Caraça, interior de Minas, em meio a um parque florestal guarnecido por guarita que fecha ao anoitecer (se bem que lá FH poderia se sentir deslocado; quando ainda funcionava como colégio, lá se formaram alguns dos principais líderes de Minas Gerais). O presidente poderia pensar em ir para alguns dos excelentes hotéis que florescem isolados na Selva Amazônica – se bem que sempre correria o risco de encontrar algum índio furioso. Em último caso, restaria passear em shopping centers da Barra da Tijuca, com sua “cultura” made in Miami.
Cativo
Motoristas e guardadores que atuam na área do Metrô de Botafogo transformaram o Rio Rotativo em Vaga Certa. O estacionamento na região, pago através de tíquete, deveria se limitar a quatro horas. Alguns carros, porém, ostentam dois e até três tíquetes no parabrisa, elevando o período de permanência para até 12 horas. Isso só pode ser feito com a complacência dos guardadores, responsáveis pela venda dos tíquetes. Resta saber se a CET-Rio concorda com a prática.
Calcanhar de Aquiles
Embora continuado, o crescimento dos Estados Unidos apresenta, entre as suas inconsistências, o baixo investimento em educação. Esse déficit foi admitido pelo consultor de tecnologia da Casa Branca e diretor do escritório de política científica e tecnologia do Governo dos Estados Unidos, Duncan Moore. Para se ter uma dimensão do problema, nos próximos dez anos aquele país terá de substituir 2,2 milhões dos 3 milhões de professores primários e secundários. O consultor afirma que, devido aos baixos salários no ensino fundamental, os graduados em matemática preferem trabalhar em empresas em vez de dar aulas.