Fim do auxílio emergencial deve influenciar no aumento da pobreza

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Mais de 65 milhões de brasileiros foram aprovados para receber o auxílio emergencial, segundo a Caixa Econômica Federal, mas com o ano de 2020 acabando, chega ao fim esse benefício, já que ele, possivelmente, não será prorrogado.

“Essa realidade, muito que provável, irá influenciar no aumento da pobreza, visto que a pandemia ainda não acabou, muitas empresas ainda estão cortando gastos, incluindo funcionários e a limitação de trabalhos informais ainda continua”, conta Caio Mastrodomenico, CEO da fintech Vallus Capital.

A taxa de desemprego, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cresceu para 14,6% no trimestre julho-setembro, devido à crise do coronavírus, ou seja, muitos desses desempregados estavam sobrevivendo apenas com o auxílio, e agora fica a preocupação de como será janeiro de 2021.

“Os comércios varejistas, mercados, e restaurantes, também serão atingidos, já que com o esse apoio que foi oferecido pelo governo desde março, às pessoas conseguiam manter pelo menos as compras básicas, fazendo com que esses estabelecimentos conseguissem sobreviver, mesmo que com pouco faturamento. Logo, isso se tornará uma bola de neve. É importante que todos estejam preparados para as mudanças e dificuldades que virão a seguir, até que o governo consiga achar uma solução rápida para os impactos econômicos que serão gerados no próximo ano”, explica.

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A crise sanitária do novo coronavírus parou a economia em todo o mundo com graves consequências, em especial para os mais vulneráveis. O desemprego, o desalento e a inatividade forçada pelo isolamento atingiram recordes.

Segundo nota conjunta das principais sindicais do país (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CS), “as mais de 180 mil mortes (em dezembro de 2020), grande parte evitável se houvesse coordenação de políticas de proteção à saúde e à vida (oposto do que fez o governo Bolsonaro), fazem parte de uma trágica estatística. O aumento de infectados e as mais de mil mortes diárias que assistimos hoje revelam que a crise sanitária está longe de ser superada. Por isso, é fundamental que o país tenha um plano nacional e coordenado de vacinação, promova as medidas de proteção (uso de máscara, álcool gel e distanciamento social) e mantenha o plano de proteção econômica até o controle da pandemia.”

De acordo com as entidades, “é essencial manter uma estratégia de condução da retomada articulada da atividade econômica e de proteção social dos mais vulneráveis. O auxílio emergencial, proposto e defendido pelas Centrais Sindicais, movimento sociais e partidos políticos, que se mostrou essencial para a proteção de mais de 65 milhões de pessoas no Brasil e para que a recessão seja amenizada, uma vez que garante o consumo de milhões de famílias, deve continuar. Mais do que isso, defendemos que auxílio emergencial, que o Governo Federal reduziu pela metade, deva ser atualizado e continuar com seu valor integral de R$ 600 mensais. Deve manter-se em vigor a partir de janeiro de 2021, protegendo todos aqueles que não tiverem condições de retomar aos empregos ou suas atividades laborais.”

E encerra dizendo que “esse assunto continua em pauta no Congresso Nacional e, assim como em março, cabe ao Legislativo tomar a iniciativa de proteger a sociedade prorrogando o pagamento do auxílio emergencial, diante da recorrente ausência criminosa do Governo Federal em todos os assuntos relacionados à crise sanitária e seus efeitos sociais e econômicos.”

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