Passa de 111 mil o número de famílias que ficarão sem receber o programa Renda Melhor a partir de setembro. O governo do Rio de Janeiro anunciou na quinta-feira que o programa será suspenso para economizar cerca de R$ 200 milhões anualmente, valor que faz parte da meta de cortar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões por ano.
Os beneficiários do programa estão entre as famílias mais pobres do estado, já que ele é pago a quem recebe o Bolsa Família e, mesmo assim, permanece com renda menor que R$ 100 por pessoa.
O corte do Renda Melhor faz parte de um pacote determinado em cinco decretos. As ações alteraram a estrutura administrativa do governo, ordenaram a reavaliação de contratos, listaram imóveis que devem ser vendidos e proibiram a realização de concursos públicos, entre outras medidas.
Por discordar da decisão de suspender o programa, o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, entregou o cargo ao governador em nota divulgada na quinta-feira. Dornelles já havia confirmado o pedido de demissão, mas disse que não o aceitaria. Na nota, Melo afirmou que não voltará à secretaria no fim de suas férias. “Minhas férias se encerram no dia 12 de julho e, não podendo o governo atender as demandas mínimas da população, como os programas Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, ao final assumo meu mandato de deputado estadual. Para mim, uma questão está decidida: temos de atender os mais humildes”.