A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) divulgou o resultado alcançado pelas instituições financeiras no terceiro trimestre de 2024. Comparado com os mesmos nove meses do ano anterior, houve um crescimento de 32,2% no total de recursos liberados para financiamentos de veículos, totalizando R$ 200,09 bilhões, frente aos R$ 151,3 bilhões registrados, em 2023.
O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) continua sendo a modalidade responsável pela elevação, alcançando quase que a totalidade dos financiamentos, com R$ 199 bilhões. O Leasing, por sua vez, correspondeu a R$ 1 bilhão. O saldo total das carteiras apresentou um aumento de 17,1 %, R$ 470,6 bilhões, perante os R$ 402 bilhões do mesmo período do ano passado.
A inadimplência acima de 90 dias na modalidade CDC para Pessoa Física ficou em 4,5%, redução de -0,8 ponto percentual de setembro de 2023 a setembro de 2024. Para Pessoa Jurídica, subiu 0,5 ponto percentual, alcançando 2,4%.
Juros
A taxa de juros, de acordo com os números da Anef, em setembro de 2024, ficou em 1,54%, ao mês. Em setembro do ano passado, esteve em 1,70%. A taxa anual em 20,45%. Para Paulo Noman, presidente da entidade, os recentes anúncios de que a taxa Selic deve chegar a 11,75% no final do ano preocupam o setor. “Juros altos impactam diretamente no crédito, e o mercado automotivo é movido por ele. No entanto, também entendemos que é essencial controlar a inflação. O setor precisará se adaptar a esse cenário desafiador, buscando alternativas para oferecer opções de financiamento mais acessíveis aos consumidores”. ressalta
Noman também menciona a importância de manter um diálogo aberto com o governo para encontrar soluções que possam equilibrar a necessidade de controle da inflação com estímulo ao consumo no setor automotivo. “Precisamos encontrar um caminho que permita a recuperação do mercado sem comprometer a estabilidade econômica.”
Escoamento das vendas
O índice de carros financiados subiu de 40% para 49%, nos primeiros nove meses do ano, se comparado com o mesmo período do ano anterior. É também o número mais alto desde 2020, quando estava em 52%. Compras à vista corresponderam por 47%, ante 55%, em 2023, e Consórcio se manteve estável com 4% de participação nas vendas.
No caso de caminhões e ônibus, as vendas por meio do Finame apresentaram elevação, de 31% para 35%. Já as vendas financiadas, por meio do CDC, caíram de 41% para 38%. A comercialização à vista permaneceu em 23% e o consórcio caiu de 5% para 4%. Em se tratando de motos, foram as vendas à vista que aumentaram de 28% para 32%. As financiadas permaneceram em 37%, e o Consórcio caiu de 35% para 31%.
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