Assim como os bancos, as financeiras no Brasil podem oferecer uma variedade de produtos de captação. Entre eles estão os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), as Letras Financeiras (LF), que podem ser seniores ou subordinadas e as Letras de Crédito Imobiliária (LCI). A partir de 1º de julho de 2025, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) também entram nesta lista.
“O acesso a uma gama mais ampla de investidores, tanto de varejo quanto institucionais, pode aumentar a liquidez, reduzir os custos de financiamento e ajudar a mitigar riscos de refinanciamento e concentração”, afirma a Fitch Ratings, agência de classificação de risco de crédito.
De acordo com a agência, as fintechs brasileiras estão demonstrando um crescente interesse em obter licenças para atuarem como financeiras por meio de fusões e aquisições, mudanças de status legal ou solicitação de novas licenças. O principal objetivo dessa estratégia é melhorar os perfis de financiamento das fintechs, aumentando a diversificação, estendendo os prazos e reduzindo os custos de captação. Essa tendência demonstra que muitas fintechs brasileiras amadureceram e desenvolveram seus modelos de negócios.
A adquirente brasileira Cloudwalk (Não Avaliada, NA) recentemente adquiriu a financeira SF3 (NA). Isso ocorreu após a autorização do Banco Central para a criação de duas novas financeiras: Magalu Pay SCFI e Stone SCFI. Além disso, sete fintechs reguladas, incluindo Cora, RecargaPay e Kanastra (todas NA), mudaram seu status legal de Sociedade de Crédito Direto (SCD) ou Instituição de Pagamento (IP) para financeiras nos últimos 18 meses.
Este desenvolvimento representa um passo crucial para as fintechs, pois a maioria delas tradicionalmente depende de empréstimos interbancários, debêntures e, principalmente, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Esses FIDCs cresceram significativamente nos últimos anos, impulsionados pelo apetite crescente dos investidores por fundos e ativos de crédito privado. No entanto, eles estão sujeitos a condições de mercado e são mais intensivos em capital devido aos requisitos de subordinação.
A Ficht acredita que a mudança no status legal pode potencialmente melhorar o perfil de negócios para instituições financeiras não bancárias (NBFIs). Isto facilita a expansão da marca, amplia a gama de produtos e aumenta a venda cruzada entre os clientes. Além disso, a mudança aprimora a capacidade de alavancagem, já que as SCDs não podem alavancar ou levantar dívidas, o que pode resultar em uma melhoria significativa nos ganhos. No entanto, essa mudança estratégica pode aumentar os riscos de crédito e operacionais. Uma expansão agressiva demandaria investimentos mais significativos em controles e políticas de risco, levando a custos mais altos. Algumas NBFIs podem enfrentar curvas de aprendizado acentuadas ao expandirem ou iniciarem atividades de empréstimo, além de desafios para atenderem a requisitos regulatórios mais rigorosos.
O crescimento que supera a geração interna de capital pode pressionar a capitalização, considerando o tamanho relativamente pequeno da maioria das fintechs e NBFIs envolvidas nessas transações. A Fitch observa que, ao contrário da tendência em outros países da América Latina, onde as fintechs mudaram ou pretendem mudar seu status legal para se tornarem bancos e, assim, fechar a lacuna de captação, as fintechs brasileiras mostram menos interesse em licenças bancárias.
De acordo com a Fitch, as diferenças mínimas entre financeiras e bancos em termos de produtos elegíveis – como empréstimos, serviços e captações – juntamente com um quadro regulatório mais rigoroso, mesmo para players menores, e a carga tributária relativamente mais alta imposta aos bancos, reduziram o interesse das fintechs locais em obter licenças bancárias.
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