Fitch afirma rating AAA da Eneva

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(foto: divulgação)

A Fitch Ratings afirmou o rating nacional de longo prazo ‘AAA (bra)’ da Eneva S.A (Eneva), empresa brasileira integrada de energia, e de suas nona e 13ª emissões de debêntures. A classificação AAA indica a menor expectativa de risco de inadimplência. A perspectiva do rating corporativo é estável.

O relatório da agência de classificação de risco de crédito destaca que o rating reflete a geração operacional de caixa da Eneva, proveniente de seu modelo de negócios e de sua posição em geração termelétrica no Brasil. “Isto inclui contratos de longo prazo e uma receita fixa relevante. A empresa se beneficia de suprimento interno de gás natural para parte de seus ativos e tem sido eficiente na reposição de reservas”, destaca o relatório da Fitch.

A Eneva atua nos setores de geração, exploração e produção de petróleo e gás natural e comercialização de energia elétrica. São 18 usinas termelétricas (UTEs) – duas ainda em construção – e um complexo solar, que garantem robusta geração de caixa. A empresa tem 6,2 GW de capacidade instalada em operação, incluindo a UTE Gera Maranhão (332 MW), cujo pagamento final da aquisição foi realizado em julho de 2025. A capacidade instalada da Eneva deve se expandir para 7,2 GW até junho de 2027, com a conclusão das UTEs em construção.

“A companhia apresenta reservas de gás 2P suficientes para suprir as suas necessidades por mais de 12 anos e tem apresentado reposição de reservas superior ao seu consumo”, destaca a agência.

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Contratos

O perfil de crédito da Eneva se favorece de contratos no mercado regulado, com vencimentos a partir de dezembro de 2027 e que gerarão R$ 8,9 bilhões em receita fixa em 2025. Deste montante, as sete UTEs recém-adquiridas contribuirão com R$ 2,6 bilhões, beneficiadas pontualmente neste ano por contratos vigentes e antecipação de novos contratos.

A Fitch prevê que a receita fixa da companhia passará para R$ 7,2 bilhões em 2026 e aumentará para R$ 8,9 bilhões em 2027, a partir da contribuição dos projetos em construção. O cenário-base considera EBITDA de R$5,8 bilhões em 2025, R$5,9 bilhões em 2026 e R$ 6,8 bilhões em 2027, enquanto o fluxo de caixa das operações (CFO) deverá ser de R$ 3,7 bilhões, R$ 3,1 bilhões e R$ 3,8 bilhões, respectivamente.

Já o fluxo de caixa livre (FCF) deve ser negativo em R$ 2,2 bilhões em 2025 e em R$1,1 bilhão em 2026, após investimentos de R$ 9,8 bilhões no biênio, que incluem R$ 2,9 bilhões para a construção das UTEs do complexo Azulão e R$ 2,2 bilhões no segmento de exploração de gás. O FCF negativo do período será financiado majoritariamente por linhas de crédito já contratadas e por novas emissões de debêntures. Após a entrada em operação do complexo Azulão, o FCF deve se fortalecer e ficar próximo ao breakeven em 2027 e positivo em R$ 2,1 bilhões em 2028. A Fitch considera distribuição de dividendos equivalente a 25% do lucro líquido da empresa de 2025 a 2028.

O cenário-base do rating considera a recontratação das UTEs a gás Parnaíba I e III e, ao contrário do previsto, também incorpora o sucesso da Eneva na obtenção de novos contratos para as UTEs a carvão Itaqui e Pecém – os atuais contratos vencem a partir de dezembro de 2027.

Na opinião da Fitch, estas usinas serão competitivas no Leilão de Reserva de Capacidade, devido às suas estruturas de custos e ao fato de já estarem amortizadas. A agência acredita que o perfil de crédito da empresa se manterá robusto, independentemente da recontratação da capacidade destes ativos. Na ausência de novos contratos para as usinas a carvão, o EBITDA projetado para 2028 se reduziria em cerca de 4%.

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