A Fitch Ratings afirmou, nesta quinta-feira, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ da Smartfit Escola de Ginástica e Dança S.A. (Smartfit) e de suas 8ª, 9ª, 10ª e 11ª emissões de debêntures quirografárias. A perspectiva do rating corporativo é estável. O relatório da agência de classificação de risco destaca que o rating da Smartfit reflete seu forte perfil de negócios na indústria fitness, com elevadas escala e diversificação geográfica na América Latina, alta rentabilidade e amplo acesso aos mercados de dívida, que lhe proporcionam vantagens competitivas difíceis de serem replicadas pelos pares.
A empresa possui uma rede, incluindo franquias, de 1,8 mil unidades e 5,7 milhões de clientes em 15 países da região. As operações fora do Brasil representam entre 55% e 60% das receitas e da geração de caixa, com contribuição significativa de países com ambientes operacionais mais estáveis do que o do Brasil, como México, Colômbia, Chile e Peru. A empresa é controlada pela família Corona e por fundos geridos pela gestora Pátria, que, juntos, detêm 28,5% das ações.
O principal desafio da empresa, na visão da Fitch, é reter a base de clientes e atrair constantemente novos membros para sua rede, considerando a alta rotatividade de alunos e o baixo custo de migração para concorrentes.
O cenário-base do rating considera que a Smartfit continuará ampliando sua base de academias e de clientes nos próximos anos, com a expectativa de aproximadamente 700 novas unidades próprias entre 2025 e 2027. A Fitch projeta Ebitdar de R$ 3,4 bilhões em 2025 e R$ 4,2 bilhões em 2026, com margens de 48%, e fluxo de caixa das operações (CFFO) de R$ 1,0 bilhão a R$1,5 bilhão por ano. Apesar da maior geração de caixa, esta não será suficiente para cobrir integralmente os investimentos anuais de cerca de R$ 2,0 bilhões, resultando em FCFs negativos equivalentes a 16% da receita líquida em 2025 e a 7,0% em 2026. O cenário-base incorporou pagamento de dividendos de 25% do resultado líquido.
A Fitch projeta um aumento na relação dívida líquida ajustada/Ebitdar para 3,3 vezes em 2025 (de 3,1 vezes em 2024 e 2,7 vezes em 2023), retornando para 3,1 vezes em 2027. O pico de investimentos em 2025 e os FCFs negativos limitam a trajetória de desalavancagem da empresa no triênio. Embora a Smartfit tenha flexibilidade para diminuir o ritmo de crescimento nos próximos anos, boa parte das novas unidades já está contratada para o ano corrente. Em março de 2025, a dívida total ajustada era de R$ 11,4 bilhões, incluindo R$ 5,4 bilhões em obrigações de aluguel, de acordo com a metodologia da agência.
Na análise da Fitch, a Smartfit deve manter adequada disciplina financeira nos próximos anos, com elevadas reservas de caixa e um cronograma de vencimentos das dívidas escalonado. O caixa e as aplicações financeiras totalizavam cerca de R$ 3,0 bilhões em março de 2025, cobrindo os vencimentos da dívida até meados de 2027. A companhia deve continuar financiando os FCFs negativos por meio de novas dívidas e parte do caixa disponível, de forma a manter pelo menos R$ 2,0 bilhões em liquidez imediata. O cenário-base do rating considerou captações anuais entre R$ 1,0 bilhão e R$ 1,5 bilhão de 2025 a 2027, que também serão utilizados para o refinanciamento das dívidas.
Em torno de 55% das dívidas possuem exposição a moeda local e 45% a outros países, especialmente México, Colômbia e Peru. O cronograma da dívida é administrável, com R$ 680 milhões vencendo em 2025, R$ 700 milhões em 2026 e R$ 910 milhões em 2027.
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