Fitch afirma ratings BB e AAA’ da Caixa

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Caixa Econômica Federal (Foto: arquivo)
Caixa Econômica Federal (Foto: arquivo)

A Fitch Ratings afirmou os IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Inadimplência do Emissor) de Longo Prazo em Moedas Estrangeira e Local ‘BB’, com perspectiva estável, da Caixa Econômica Federal. Além disso, a agência também afirmou o Rating de Suporte do Governo (RSG) ‘bb’ e o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA (bra)’, com perspectiva estável.

A Caixa é o terceiro maior banco do Brasil em total de ativos e domina os setores de crédito imobiliário e de poupança, com participações de mercado de aproximadamente 67,2% e 37,4%, respectivamente, em 2024.

Os IDRs do banco são movidos por seu RSG ‘bb’ e estão em linha com os IDRs ‘BB’ do Brasil. Os ratings nacionais do banco indicam seu adequado perfil de crédito em relação a seus pares brasileiros. A avaliação do suporte – realizada pela Fitch – leva em consideração a importante missão pública da Caixa e o controle acionário integral do Governo Federal do Brasil.

Conforme a Fitch, como banco estatal com missão pública, a Caixa tem seus IDRs equalizados aos do Brasil, devido à forte propensão de a União prestar suporte ao banco. Isto se deve ao importante e singular papel da Caixa em termos de missão pública e ao controle acionário estratégico e de longo prazo da União. No entanto, a capacidade de o soberano lhe prestar suporte é moderada, devido a seu atual rating.

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Missão ´pública

A agência de classificação de risco de crédito não atribui Rating de Viabilidade (RV) à Caixa, pois sua metodologia não contempla a atribuição de RVs a bancos com missão pública, cujas operações são, principalmente, determinadas por seu papel em políticas governamentais. Embora não tenha havido mudança estrutural na estratégia geral do banco até o momento, a agência continuará monitorando a instituição para garantir que mantenha sua missão pública com governança corporativa adequada e sem comprometer a sustentabilidade de seus indicadores de crédito.

O principal risco da Caixa provém de operações de crédito, que representam 89% de seus ativos ponderados pelo risco. Historicamente, os padrões de subscrição da instituição variam de acordo com as condições econômicas, refletindo a missão pública de concessão de crédito à população de baixa renda. No entanto, a administração da Caixa vem ajustando seus padrões de subscrição, exibindo menor apetite por risco, aumentando a prudência e enfatizando o desempenho financeiro.

Na opinião da Fitch, a qualidade dos ativos da Caixa tem permanecido estável, mesmo diante do desafiador ambiente operacional dos últimos anos. O índice créditos em atraso/total de créditos foi de 6,3% em 2024, o que está em linha com o de outros bancos brasileiros de grande porte. A média do período entre 2021 e 2024 foi de 7,1%. O índice de créditos em atraso há mais de noventa dias (NPLs – Non-Peforming Loans), de 1,97% em 2024 (2,16% em 2023), foi modesto, reflexo da baixa inadimplência, principalmente na carteira imobiliária. A Fitch não projeta aumentos significativos no índice de créditos em atraso a médio e longo prazos, tendo em vista a carteira de crédito bem colateralizada.

De acordo com a Fitch, a rentabilidade da Caixa é historicamente inferior à de seus pares, devido à sua menor margem financeira líquida e aos custos operacionais mais elevados, refletindo seu papel de banco com missão pública e social. Em 2024, o índice resultado operacional/ativos ponderados pelo risco caiu para 1,2%. De 2021 a 2024, este índice foi, em média, de 1,2%. A Fitch acredita que estes índices continuarão nos patamares atuais até 2025, apesar dos contínuos esforços para melhorarem os indicadores de rentabilidade.

Captação

A base de captação da Caixa é altamente diversificada e sustentada por sua extensa rede de agências, com recursos provenientes principalmente do varejo. Os depósitos de clientes (incluindo os de poupança) e letras financeiras locais (semelhantes a depósitos) representaram 59% da captação total em 2024. O índice créditos brutos/depósitos foi de 170% em dezembro de 2024, com, em média, 166% nos últimos quatro anos (2021–2024).

Apesar das recentes reduções, a Caixa mantém forte posição no segmento de poupança e tem aumentado o volume de emissões de letras financeiras, especialmente as garantidas por crédito imobiliário, segmento ao qual o banco tem relevante exposição. A Caixa vem mantendo uma robusta posição de liquidez, sendo o seu índice de liquidez de curto prazo (LCR) de 242,7% em 2024 e de 195,6% em 2023.

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