Fitch afirma ratings das 1ª e 2ª emissões de debêntures de Guarulhos

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Aeroporto Internacional de Guarulhos (foto: divulgaçao)

A Fitch Ratings afirmou, nesta terça-feira, os ratings das primeira e segunda emissões de debêntures da Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos S.A. (GRU Airport), o maior do país. É a quarta série da primeira emissão de debêntures, no montante de R$ 75 milhões, com vencimento em dezembro de 2025 e com rating nacional de longo prazo afirmado em ‘A+(bra)’/perspectiva estável.

A segunda emissão de debêntures, em série única, contabiliza montante de R$ 300 milhões, com vencimento em outubro de 2026 com rating nacional de longo prazo afirmado em ‘A+(bra)’/perspectiva estável. Os dois ratings (A+) indica nível baixo de risco.

As debêntures são seniores e estão indexadas ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE), mesmo índice utilizado para reajustar as tarifas reguladas. A dívida tem uma cascata de pagamentos preestabelecida e possui garantias compartilhadas entre os credores da companhia.

A estrutura prevê, ainda, covenant relacionado a índices de cobertura do serviço da dívida (debt service coverage ratios – DSCRs) acima de 1,3 vez para distribuição de dividendos e conta reserva para o serviço da dívida de três meses – a mesma exigida no contrato de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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No cenário de rating da Fitch, a concessionária apresenta liquidez robusta até o vencimento das debêntures, apoiada, principalmente, no reequilíbrio econômico-financeiro da concessão ocorrido em 2024. Este reequilíbrio postergou parte dos pagamentos da outorga fixa devidos no ano passado e em 2025 e estendeu o prazo da concessão em 16 meses, com investimentos adicionais como contrapartida para ampliação da capacidade e melhoria do nível de serviço do aeroporto. Combinadas ao forte crescimento das receitas de carga e comercial, essas medidas impulsionaram a geração de caixa e a liquidez do projeto.

Maior aeroporto do Brasil

O GRU Airport, o maior do país, está localizado na região metropolitana de São Paulo, a mais rica e populosa do país, com uma economia madura. O aeroporto possui forte perfil de O&D frente ao seu volume total de passageiros. A volatilidade do tráfego tem se mostrado baixa, com variação de 7,4% entre 2014 e 2016, período da mais severa recessão no país (pré-pandemia de coronavírus). O aeroporto apresenta diversificação de companhias aéreas e de receitas, o que inclui relevante parcela de receitas de cargas movimentadas.

O marco regulatório das concessões de aeroportos no Brasil utiliza um modelo dual-till, que reajusta as tarifas reguladas anualmente pela inflação e não regula as receitas comerciais. O marco regulatório não prevê um modelo de recuperação de custos (price recovery).

O relatório mencionou que GRU Airport já concluiu os principais investimentos mandatórios originais da concessão, e a infraestrutura aeroportuária é moderna e está bem conservada. As exigências contratuais de investimentos estão relacionadas à manutenção da excelência nos

serviços e vinculadas ao crescimento da demanda. O reequilíbrio aprovado em 2024 estabelece um novo plano de expansão, que aumentará a capacidade do aeroporto. Os investimentos serão financiados com a geração de caixa da concessionária, o que é possível em razão do adiamento do pagamento de parte da outorga fixa devida no ano passado e em 2025.

Em junho de 2025, o GRU Airport reportou liquidez de R$ 3,6 bilhões. Nos cenários da Fitch, esta liquidez seria suficiente para a concessionária cumprir as obrigações financeiras até o vencimento das debêntures, em outubro de 2026.

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