Flautista de Amelin

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Aqui como lá, o Banco Central ameaça levar o Brasil à breca já. Seguindo a mesma trilha suicida de Domingo Cavallo, que, insistiu até o último minuto de seu reinado que se finda em ignorar o DNA cambial da crise argentina, Armínio Fraga, Malan e os seus ameaçam impor novo choque cavalar de juros ao Brasil. A justificativa é o mesmo blá-blá-blá ideológico de sempre: comprimir o consumo para cumprir a meta de inflação. Estuprada a nação real, os fundamentalistas tucanos esperam que o “mercado” interrompa a trajetória alucinada do dólar, em reconhecimento aos excelsos fundamentos econômicos.
Como, a exemplo da Argentina, o olho do furacão está na fragilidade das contas externas, o assalto monetarista ao setor produtivo, além de sádico, resultará tão útil quanto retirar a água do Titanic com uma caneca de barro.
Mais do que nunca, a nação real precisa submeter esses alucinados a um choque de realidade. O primeiro passo é retomar o controle sobre o câmbio das mãos dos especuladores, enquistados, principalmente, no sistema financeiro. À histeria dos que se opõem a essa medida indispensável, basta apontar o exemplo da Malásia – nação elogiada até por Bill Clinton à época de seu animado reinado. Controlado o câmbio, o país apresentou o mais consistente crescimento pós-crise asiática. Se uma economia sem o dinamismo da brasileira pôde crescer acima de 5% ao ano, a nossa tem ainda maiores possibilidades de voltar a trilhar os caminhos dos quais foi desviada nos últimos dez anos.

Líderes
A Sul América manteve sua liderança no setor de seguros no primeiro trimestre de 2001, mas o Bradesco, segundo colocado, encostou no líder. No setor de previdência privada aberta, continua a folgada primeira colocação do Bradesco, mas sua participação no mercado caiu de 54,39%, em 2000, para 43,42%, em 2001. Os dados são do ranking do primeiro trimestre do mercado, elaborado por Francisco Galiza, consultor do MONITOR SEGUROS. Em capitalização a Brasilcap também manteve a liderança, mas perdeu três pontos percentuais (de 23,62% para 20,59%). O Bradesco, que vem alardeando ter chegado ao primeiro lugar pelo critério de reservas técnicas, caiu no ranking (que usa como critério as receitas com títulos de capitalização): era segundo e foi para terceiro, superado pelo Itaú.

Ladeira abaixo
A percepção dos empresários sobre os efeitos do racionamento sobre a produção estão cada vez mais pessimistas. Segundo a Pesquisa de Clima Empresarial, realizada mensalmente pela Boucinhas & Campos, 56% dos empresários consideram prejudicadas as metas de crescimento para este ano. Apenas 30% disseram que a crise não afetará o crescimento, enquanto 14% não responderam à pergunta. Para 58%, o racionamento derrubará o faturamento, contra 11% que acreditam em aumento no faturamento. Para 24%, o faturamento não será alterado e 7% não responderam à pergunta. Dos 272 empresários ouvidos, 80% são da indústria, 9% do comércio e 11% do setor de serviços.

Férias conectadas
De acordo com a Gartner, empresa de consultoria e pesquisa no setor de tecnologia da informação, 42% dos internautas conferem nas férias correspondências eletrônicas corporativas, enquanto que 23% dos usuários respondem seus e-mails nos finais de semana. Já 53% dos internautas confere no trabalho seis ou mais vezes por dia sua caixa postal. Em média, estes usuários gastam 49 minutos nesta tarefa. A pesquisa revela, ainda, que os usuários recebem cerca de 22 mensagens por dia. Os resultados mostraram também que só 27% destes e-mails são abertos imediatamente e 34% são spam, ou seja, mensagens não solicitadas, normalmente propaganda e “correntes”.

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Desperdício
Além de comprovar a necessidade da presença do Estado no setor de infra-estrutura, o racionamento tucano revelou quão elevado era o desperdício de energia elétrica. Só para ficar num exemplo, no complexo de edifícios onde funciona a sede administrativa do Itaú, em São Paulo, todas as luzes de um andar são acesas num único interruptor. Isso significa que se um funcionário precisa trabalhar até mais tarde, todo o andar ficará iluminado. Ontem, com o racionamento em vigor, às 19h – expediente normal encerrado – os edifícios pareciam árvores de Natal.

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