O Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra, no Gráfico da Semana, que as taxas globais de fretes de contêineres começaram a recuar em setembro e desde então caíram 16%, principalmente devido à queda nas taxas de rotas transpacíficas no sentido leste, a principal ligação marítima da China aos Estados Unidos. Apesar da retração, o valor dos fretes ainda é cerca de 4,5 vezes o de janeiro de 2020, antes da pandemia.
Além da redução na demanda de mercadorias após a temporada tradicional de embarques, de agosto a outubro, os EUA recentemente ordenaram que alguns portos expandissem o horário de funcionamento e aumentassem a eficiência para reduzir o congestionamento e aliviar os gargalos de abastecimento.
Embora as taxas tenham diminuído, elas podem permanecer elevadas até o final do ano, estima o FMI, o que pode reforçar o aumento nos preços das mercadorias. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) projeta que, se as taxas de frete permanecerem elevadas até 2023, os níveis globais de preços de importação e os níveis de preços ao consumidor podem aumentar em 10,6% e 1,5%, respectivamente.
Taxas de frete mais altas também resultarão em maiores aumentos no preço final de produtos de baixo valor agregado. Economias em desenvolvimento menores que exportam muitos desses bens podem se tornar menos competitivas e enfrentar dificuldades com suas recuperações econômicas. Além disso, os preços finais de produtos altamente integrados às cadeias globais de valor, como eletrônicos e computadores, também serão mais afetados por taxas de frete mais altas.