O Fundo Monetário Internacional (FMI) se antecipa a uma possível onda de reestruturações de dívidas após a pandemia. Em texto divulgado durante o Encontro de Primavera 2021, que se realiza em Washington, economistas do Fundo propõem um mecanismo baseado em leilão que pode ajudar a descobrir as preferências dos credores e maximizar a eficiência da renegociação.
“O leilão permite que o país primeiro colete lances de credores em vários créditos reestruturados – diferindo em vencimento, moeda e contingência estatal – após o que ele pode alocá-los de forma eficiente (emitindo mais no instrumento para o qual a demanda é mais forte, alocando cada crédito reestruturado ao credor cuja avaliação relativa é mais elevada)”, defende o estudo, apresentado por Tim Willems, do Departamento de Estratégia do FMI.
Para os técnicos, isso resultará em um estoque da dívida pós-reestruturação perfeitamente ajustado às preferências dos credores, permitindo que cada credor contribua para o alívio da dívida de uma forma que seja menos dolorosa para eles.
“Combinado com a capacidade dos leilões de implantar ferramentas de reestruturação legal, isso poderia suavizar o processo e tornar mais fácil para um país soberano em dificuldades financeiras obter o alívio necessário. O mesmo processo também pode ser usado para facilitar trocas voluntárias de dívida, para fins de gestão da dívida, por exemplo.”
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