Fome de lucro

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A escalada da inflação dos alimentos tem efeitos muito assimétricos. Enquanto os mais pobres são os mais prejudicados pela comida mais cara, multinacionais que controlam o setor aumentam seus ganhos na mesma proporção em que cresce a fome no mundo. Segundo o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, “nos últimos meses, com o aumento da fome, os lucros da maior empresa de sementes e de cereais aumentaram 83%”: “Ou seja, a fome de lucros da Cargill alimenta-se da fome de milhões de seres humanos”, acusa Santos, em artigo publicado na edição eletrônica da Agência Carta Maior – http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14976

Revoltas dos famintos
O sociólogo português observa que, apesar das promessas de erradicar a fome do mundo em vinte anos, hoje vive-se uma situação pior do que há 40 anos: “Cerca de um sexto da humanidade passa fome; segundo o Banco Mundial, 33 países estão à beira de uma crise alimentar grave; mesmo nos países mais desenvolvidos, os bancos alimentares estão a perder as suas reservas; e voltaram as revoltas da fome que, em alguns países, já causaram mortes. Entretanto, a ajuda alimentar da ONU hoje compra por US$ 780 a tonelada de alimentos, que, no passado mês de março, comprava a US$ 460.

Jejum informativo
Soares denuncia que a opinião pública tem sido sistematicamente desinformada sobre as razões da crise, que, para ele, podem ser resumidas ao fato de que “a fome do mundo é a nova grande fonte de lucros do grande capital financeiro e os lucros aumentam na mesma proporção que a fome”. Ele observa que a fome não seja um fenômeno novo, recordando que o problema foi recorrente desde a Idade Média até o século XIX. O que mudou, porém, frisa, foram as causas. O sociólogo salienta que a opinião pública tem sido informada que a fome estaria ligada “à escassez de produtos agrícolas, e que esta se deve às más colheitas provocadas pelo aquecimento global e às alterações climáticas; ao aumento de consumo de cereais na Índia e na China; ao aumento dos custos dos transportes devido à subida do petróleo; à crescente reserva de terra agrícola para produção dos agro-combustíveis.”

Insaciáveis
Ele acrescenta, porém, que, embora todas essas causas contribuam para o problema, são insuficientes para explicar que o preço da tonelada do arroz tenha triplicado desde o início de 2007: “Esses aumentos especulativos, tal como os do preço do petróleo, resultam de o capital financeiro (bancos, fundos de pensões, fundos hedge – de alto risco e rendimento) ter começado a investir fortemente nos mercados internacionais de produtos agrícolas depois da crise do investimento no setor imobiliário.

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“No satisfaction”
Presidente da Tríade do Tempo, empresa especializada em desenvolvimento de softwares para gestão do tempo e melhorias na produtividade pessoal, Christian Barbosa sustenta em seu novo livro, Você, dona do seu tempo, uma tese polêmica: 78% das mulheres estariam insatisfeitas com sua vida sexual. Barbosa afirma que a constatação é fruto de pesquisa online com cerca de 4 mil mulheres, com idade média de 34 anos, das quais 43% casadas, 37% solteiras, 10% separadas, 9% namorando e 1% viúvas. Segundo ele, as casadas queixavam-se de que, por mais que reservassem seu tempo aos maridos, não se sentiam valorizadas, o que fazia com que optassem, muitas vezes, por dedicarem-se mais a si mesmas, aos filhos ou ao trabalho.
Já as solteiras reclamavam de não terem tempo para procurar o parceiro ideal: “Pode não parecer, mas a falta de tempo é muito comum nos relacionamentos modernos, mais até do que o saudável para uma boa vida a dois”, observa Christian.

Coisas de mulher
O pesquisador concluiu que as principais preocupações diárias de muitas mulheres são: destacar-se no emprego e crescer profissionalmente; cumprir todas as tarefas no trabalho; ter tempo para cuidar da beleza e manter uma boa relação social com os amigos; cuidar da casa, dos filhos e dar atenção ao namorado ou ao marido. “Isso resulta em estresse, frustração e pouca disposição para manter uma boa relação sexual com seu parceiro”, avalia o autor de Você, dona do seu tempo. Ele sustenta, no entanto, ser “possível ganhar mais tempo, mais vida, mais equilibro e, com isso, mais realização. Tudo é uma questão de mudança de hábitos”, recomenda.

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