Fome lado a lado com riquezas minerais

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Em um ano, insegurança alimentar grave atinge mais 28 milhões

Países da África subsaariana são ainda os mais afetados pela fome

O número de pessoas sofrendo de insegurança alimentar severa passou de 80 milhões, em 2015, para 108 milhões. Os dados acabam de ser divulgados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo a entidade, o problema é causado pela dificuldade que determinadas regiões estão tendo para produzir ou ter acesso aos alimentos.
As causas principais são impactos de conflitos e guerras civis, alta nos preços e eventos extremos do clima, como secas prolongadas ou excesso de chuvas. Segundo a FAO, Sudão do Sul, Somália, Iêmen e Nigéria podem declarar risco de fome.
A inclusão da região norte da Nigéria surpreende. Maior país da África, 12º maior produtor de petróleo e oitavo maior exportador desta riqueza, é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos na África subsaariana e fornece a este país um quinto do petróleo que exporta, correspondendo a 11% das importações norte-americanas. Os EUA também são os maiores investidores estrangeiros no país.
Apesar de tanta riqueza – ou por causa dela – enfrenta risco tal qual Somália ou Sudão do Sul. País igualmente dependente do petróleo, a Venezuela, apesar de toda a crise, não sofre com inseguran-ça alimentar severa, resultado das políticas sociais implementadas pelo bolivarianismo.
De Roma, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse que é possível garantir que a população tenha o suficiente para comer todos os dias. “Isso pode ser evitado. Não podemos evitar uma seca, mas podemos evitar que uma seca se transforme em fome. O Nordeste brasileiro é um bom exemplo disso. Nós sofremos com três anos seguidos de seca e não houve fome, graças às políticas preventivas adotadas pelos governos”, afirmou Graziano.

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