São fortes os comentários no eixo Rio-São Paulo de que um grande grupo segurador estrangeiro está para desembarcar no Brasil de olho nas perspectivas do mercado doméstico a médio prazo. De acordo com esses comentários, o ex-presidente da Real Seguros Júlio Bierrenbach já teria sido sondado sobre a possibilidade de presidir a sucursal brasileira do grupo.
“Melô” do BC
Já passou da hora dos tecnocratas do Banco Central deixarem a postura de “tô nem aí” e tomar algumas decisões que minimizem os efeitos da greve dos bancários. Pagar contas ou depositar cheques virou uma loteria, com os clientes obrigados a romaria por agências – que um dia podem funcionar, no outro não -, supermercados e casa lotéricas. O que não falha são os descontos em conta corrente, mantidos, enquanto a compensação de cheques segue falhando, deixando contas no “vermelho” de uma hora para outra. O único risco da ação do BC é que, seguindo o que ocorre nos últimos anos, mais uma vez ele favoreça os bancos e piore ainda mais a situação dos consumidores.
Deriva
A surpreendente decisão da Secretaria de Pesca do governo federal de desapropriar parte de um estaleiro no Rio de Janeiro para instalar um terminal pesqueiro é mais um lance na batalha que está sendo travada contra o governo fluminense. A medida, a primeira vista, parece ser favorável ao estado, mas esconde uma casaca de banana. Ao optar pela área (há um mês nem existia um projeto), o governo federal acabou tirando a principal vantagem desse estaleiro na disputa pela construção de 22 navios para a Petrobras – concorrência que está para ser divulgada nos próximos dias. Diversos investidores tinham interesse em arrendar parte do estaleiro para fazer as obras das embarcações no Rio. Como o filé mignon será desapropriado, crescem as chances dos “estaleiros virtuais” – empresas que nem área têm – e das obras irem para outros estados.
Ostracismo
Aliás, a Secretaria de Pesca é tão apagada que poucas pessoas saberiam dizer o nome de seu titular – é José Fritsch. Quando Lula fez a reforma ministerial, ao final de seu primeiro ano de governo, a brincadeira corrente é que não se cogitou em trocar o secretário com status de ministro porque ninguém se lembrava dele.
Comunidade
O presidente da Associação de Entidades Portuárias de Portugal, José Moraes, se reúne hoje com o presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Antonio Carlos Soares, que preside também a Associação Brasileira de Entidades Portuárias (Abep). Entre outros assuntos, vão tratar da possível criação da uma instituição de administradoras de portos em todos países de língua portuguesa, para estreitar a cooperação e trocar informações técnicas e operacionais.
Copo cheio
Criada no último dia 16, em São Paulo, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça nasce com objetivos ambiciosos. Tendo como principal objetivo tornar a bebida conhecida em todo o mundo e competir no mercado internacional, a meta da câmara é chegar ao fim da década com produção de 42 milhões de litros de cachaça. Mesmo que a meta não seja alcançada, uma coisa é certa: as reuniões da câmara nunca serão um porre.
Lição
Cuba conta atualmente com 100% de escolarização na faixa etária de seis a 11 anos. O índice de analfabetismo é um dos mais baixos do mundo, por volta de 0,2%. Ontem o vice-ministro de Educação de Cuba, Guillermo Palmero, se encontrou com a governadora Rosinha Garotinho e fechou acordo de cooperação com o Governo do Estado do Rio na área de educação, especialmente na alfabetização e pré-escola.
Memória seletiva
Quem acredita não ser verdadeira a maledicência de que o ego dos publicitários faz com só se lembrem de seus casos de sucesso, deve se preparar para ver Nizan Guanes incorporar ao seu portfólio um novo case: a campanha de Jorge Bittar nas eleições para prefeito do Rio, que leva a assinatura do publicitário baiano.