Dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no último dia 27, mostram que o setor de bares e restaurantes tem sido um dos principais motores na criação de empregos no Brasil. Nos últimos 12 meses, o setor gerou mais de 100 mil novos postos de trabalho formais, representando um aumento de 5,13%. Esse crescimento ressalta a importância do segmento como uma porta de entrada fundamental para o mercado de trabalho.
Complementando essa tendência positiva, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE no dia 28, revelou que o salário médio no setor chegou a R$ 2.122, quase 30% acima do salário mínimo vigente. Esse aumento é um indicativo da valorização dos profissionais que atuam nos bares e restaurantes.
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), apesar das notícias serem positivas para a maioria dos estados, a situação permanece alarmante no Rio Grande do Sul, onde as enchentes têm prejudicado gravemente os estabelecimentos. Os resultados do Caged indicaram que, somente durante o mês de maio, o estado registrou queda de 4.226 vagas de empregos no setor de serviços, sendo dois terços (2.791) no setor de alimentação.
Solmucci reforçou que a portaria anunciada pelo Governo Federal – que prevê o pagamento de dois salários-mínimos para funcionários de empresas afetadas pelas enchentes – é insuficiente, uma vez que, para cobrir o salário integral, o empresário terá que tirar do próprio bolso, em uma situação onde o faturamento está baixo e há os custos das perdas de insumos, além de outros desafios.
Para que o número de demissões não seja ainda maior, ele reitera a necessidade de uma ação efetiva, como a reedição do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
Já a Pesquisa de Expectativa de Emprego – Q3 2024, estudo preditivo desenvolvido trimestralmente pelo ManpowerGroup, revelou que 44% das empresas no Brasil pretendem contratar no terceiro trimestre de 2024.
O levantamento mostra que a expectativa de emprego no país para o período – calculada subtraindo-se empregadores que planejam fazer reduções na equipe daqueles que planejam contratar – é de 27%, um crescimento de nove pontos percentuais no comparativo com o trimestre anterior, que foi 18%.
Entre os setores com maior expectativa de demanda de posições no país, estão os de finanças & imobiliário (36%), tecnologia da informação (32%), energia & serviços de utilidade pública (27%) e bens de consumo e serviços (26%).
Já no cenário global, o setor de TI lidera o ranking de expectativa de contratações pelo sétimo trimestre consecutivo, seguido pelo setor de finanças e imobiliário (27%), saúde e ciências da vida (27%), indústria e materiais (24%) e bens de consumo e serviços (21%).
O levantamento traz ainda a intenção de contratação por regiões do Brasil. O destaque ficou para o estado do Rio de Janeiro, com o melhor índice (27%), à frente de São Paulo (25%), Paraná (22%) e Minas Gerais (21%).
Na análise global do estudo, os empregadores continuam prevendo a contratação de mais trabalhadores no terceiro trimestre de 2024, relatando uma expectativa líquida de emprego ajustada sazonalmente em 22%.
Entre os países analisados, as intenções de contratação mais fortes estão na Costa Rica (35%), Suíça (34%), Guatemala (32%), México (32%), África do Sul (31%), Índia (30%), EUA (30%), China (28%), Países Baixos (28%) e Brasil (27%). O cenário mais fraco aparece na Romênia e Argentina, ambas com 3%.
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