Fora da pauta

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Na teleconferência de sexta-feira em que o diretor Comercial  da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Luiz Fernando Martinez, divulgou os resultados financeiros da CSN no primeiro trimestre, um tema chamou a atenção pela ausência: nenhum dos jornalistas participantes fez uma única pergunta sobre o megavazamento provocado, esta semana, pela empresa no Rio Paraíba do Sul. De acordo com laudos da Secretaria estadual de Meio Ambiente do Rio, até substâncias cancerígenas foram detectadas no rio, segundo principal fornecedor de água os moradores do Estado do Rio de Janeiro

Só marketing?
A ausência de interesse pelo assunto contrasta com a proliferação de cadernos na imprensa que tratam da responsabilidade social empresarial. Além disso, nove em cada dez empresas se vangloriam de, ao lado do financeiro, publicarem balanços sociais.

ONGs silenciosas
Em seu relatório anual de 2008, a CSN admite que a Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, “gerou 3,38 milhões de toneladas de resíduos, ou 676 kg por tonelada de aço bruto produzido”. Desse total, de acordo com o relatório, “73,8% foram vendidos; 24,39% reciclados internamente; 0,15% reciclados externamente; 0,13% co-processados em fornos de cimento; 0,1% incinerados”; e “apenas 1, 43 % dispostos em aterros licenciados para receber tais resíduos”.
Apesar do histórico passivo ambiental da empresa, até agora, nem o Greenspeace e as demais ONGs ambientalistas nem o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, brindaram o distinto público com qualquer ação midiática em defesa da saúde dos moradores do Rio.

Consumidor
O direito do consumidor está em pauta na segunda edição do livro Os Juizados Especiais Cíveis e a Lei nº 9.099/95 (Editora Lumen Juris, 587 páginas, R$ 120), do juiz e professor Eduardo Oberg. A nova edição reúne em um só volume a teoria e a prática da aplicação da lei. Os Juizados Cíveis do Estado do Rio de Janeiro detêm em torno de 52% da demanda total de processos do tribunal fluminense. A tarde de autógrafos será dia 13, às 17h, no Auditório da Corregedoria do Tribunal da Justiça (Av. Erasmo Braga 115, 7º andar, Centro, Rio de Janeiro).

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O passado condena
Noves fora os exageros de retórica que costumam impressionar os leigos em relação ao mundo da política mais do que a essência do debate, os últimos embates no Senado confirmaram o que os analistas mais atentos já tinham observado: a oposição conservadora, reunida no condomínio DEM/PSDB, tem elevado déficit de credibilidade em assuntos de moralidade pública.

O novo Levy
“O dinheiro do petróleo sai daqui, do Rio, para sustentar o superávit primário (economia para pagar juros) da União, que deve girar em torno de R$ 5 bilhões.” A crítica não partiu de qualquer integrante do PSOL ou sobrevivente do PT ao neoliberalismo do governo Lula, mas, sim, do secretário estadual de Fazenda do Rio, Joaquim Levy, que, quando integrava a equipe econômica de FH respondia pela alcunha de Joaquim “Superávit Fiscal” Levy.

Vaca leiteira
Levy, que reafirmou às críticas à exclusão do Rio de Janeiro benefícios do dinheiro a ser arrecadado com o petróleo do pré-sal, acrescentou, ainda que “o dinheiro do petróleo do Rio sustenta as despesas do país inteiro, o Bolsa Família, as Zonas Francas de Manaus, entre outros programas sociais”: “Esse dinheiro deve ter gerado um superávit financeiro da ordem de R$ 12 bilhões e o Rio ajudou o Banco Central a baixar as dívidas e possibilitou o país a ter programas sociais”, destacou o secretário.

Vai esfumaçar?
O futuro e a possibilidade de servir de exemplo para o restante do país da (excelente) medida do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de proibir o fumo em qualquer ambiente público serão credores de uma única palavra de sete letras: fiscalização. Sem isso, boas intenções viram fumaça.

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