França: Assembleia Nacional aprova proposta da extrema direita sobre a Argélia

Ruptura de acordo de 1968 contempla cláusulas sobre entrada ou residência de cidadãos argelinos

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Marine Le Pen (foto do Parlamento Europeu, UE)
Marine Le Pen (foto do Parlamento Europeu, UE)

A Assembleia Nacional Francesa aprovou pela primeira vez uma proposta de resolução apresentada pelo Rally Nacional, de extrema direita, um marco sem precedentes que inclui em seu conteúdo a possível ruptura do acordo assinado em 1968 com a Argélia e que contempla cláusulas específicas sobre a entrada ou residência de cidadãos argelinos.

“É um dia que pode ser descrito como histórico para o Rassemblement Nationale”, comemorou a líder do partido, Marine Le Pen, depois de saber que o texto foi aprovado com 185 votos a favor e 184 contra, graças principalmente ao apoio de grupos de direita, informa a Franceinfo.

A votação também foi controversa porque nenhum dos grupos tinha todos os seus deputados presentes, o que teve seu preço, especialmente para a esquerda, que criticou particularmente a ausência da maioria dos legisladores do partido do presidente, Emmanuel Macron, incluindo seu líder, Gabriel Attal.

“Onde estavam os macronistas? Gabriel Attal ausente!”, proclamou o líder do Partido Socialista, Olivier Faure, nas mídias sociais, que ressaltou que havia apenas uma diferença de votos entre os dois blocos e, portanto, um maior comparecimento dos membros da Assembleia teria sido fundamental.

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A resolução também ameaça prejudicar ainda mais as delicadas relações entre a França e a Argélia, que foram marcadas nos últimos meses por censuras mútuas e pelo rompimento de acordos existentes. O governo francês reprovou as autoridades argelinas por várias prisões, enquanto a Argélia questionou o endosso de Macron às teses de soberania do Marrocos sobre o Saara Ocidental.

Europa Press

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