Na França, o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, venceu o primeiro turno das eleições legislativas do país, revelaram resultados provisórios publicados hoje pelo Ministério do Interior francês, mas o resultado final dependerá de dias de negociações antes do segundo turno na próxima semana.
Segundo o ministério, sem contar os votos dos aliados, só o RN obteve 9.377.109 votos ou 29,25% dos votos: 37 candidatos do RN obtiveram mais de 50% dos votos e foram eleitos deputados.
O RN, juntamente com seus aliados, obteve 33,14% dos votos, informou o canal de notícias francês BFMTV e, segundo a RTP, poderá tornar-se a maior força política no Parlamento.
Seguindo o RN, a Nova Frente Popular (NFP), a aliança eleitoral dos partidos de esquerda, obteve 8.974.463 votos, ou 28,5% dos votos, com 32 membros da aliança eleitos, distante da aliança de centro-direita Ensemble (juntos, em francês), do presidente Emmanuel Macron, que obteve entre 20,5% e 23%, de acordo com as últimas pesquisas.
O RN foi visto ganhando a maioria dos assentos na Assembleia Nacional, mas apenas um dos institutos de pesquisa, o Elabe, previu que o partido ganharia uma maioria absoluta de 289 assentos no segundo turno de 7 de julho.
Especialistas dizem que as projeções de assentos após os votos do primeiro turno podem ser altamente imprecisas, especialmente nesta eleição.
A participação dos eleitores foi alta em comparação com as eleições parlamentares anteriores, ilustrando o fervor político que Macron despertou com sua decisão surpreendente de convocar uma votação parlamentar depois que o RN derrotou seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu no início deste mês.
Uma semana de negociações políticas agora vem pela frente. Em uma declaração escrita à imprensa, Macron pediu aos eleitores que se unam em torno de candidatos que são “claramente republicanos e democráticos”, o que, com base em suas declarações recentes, excluiria candidatos do RN e do partido de extrema-esquerda França Insubmissa.
Uma participação recorde de 66,71% foi observada durante o primeiro turno das eleições.
O segundo turno das eleições, marcada para 7 de julho, decidirá quantos deputados cada campo político terá na Assembleia Nacional.
O resultado final dependerá de como os partidos decidem unir forças em cada um dos 577 distritos eleitorais da França para o segundo turno.
No passado, partidos de centro-direita e centro-esquerda se uniram para impedir o RN de chegar ao poder, mas essa dinâmica, chamada de “frente republicana” na França, é mais incerta do que nunca.
A decisão do presidente de convocar eleições antecipadas mergulhou o país em incerteza política, enviou ondas de choque por toda a Europa e provocou uma venda de ativos franceses nos mercados financeiros.
Le Pen procurou limpar a imagem de um partido conhecido pelo racismo e antissemitismo, uma tática que funcionou em meio à raiva dos eleitores contra Macron, ao alto custo de vida e às crescentes preocupações com a imigração.
Milhares de pessoas reuniram-se em várias cidades francesas para se manifestarem contra a vitória da extrema direita. Segundo a RTP, na Praça da República, em Paris, estiveram presentes mais de 8 mil pessoas para apoiar a NFP, a coligação de esquerda que ficou em segundo lugar.
Ontem à noite, milhares de franceses insatisfeitos e receosos com a primeira projeção dos resultados das pesquisas de boca das urnas saíram às ruas para protestar contra a possibilidade de o líder da extrema direita, Jordan Bardella, vir a ser o primeiro-ministro francês já no próximo domingo. Os manifestantes levavam cartazes com a frase “não deixemos a França aos fascistas”.
Com informações da Agência Xinhua e da Agência Brasil, citando a Reuters e a RTP
Leia também:
Por unanimidade, STF condena Carla Zambelli a 10 anos de prisão
Deputada é acusada de ordenar invasão do sistema do CNJ; cabe recurso, entretanto
Paulo Paim critica proposta de congelamento do salário mínimo
Senador ressaltou que o mínimo movimenta a economia de pequenos municípios, onde grande parte da população depende desse valor para viver
Gilmar Mendes defende diálogo em conciliação sobre marco temporal
STF retomou audiências da comissão de conciliação sobre a tese
Médici tem título honoris causa revogado pela Uerj
Médici presidiu o país entre 1969 e 1974 e colaborou para a edição, em 1968, do AI-5
PEC das Guardas Municipais já pode ser votada no Plenário do Senado
Proposta precisa passar por cinco sessões de discussão em primeiro turno e três sessões em segundo
PEC extingue reeleição para presidente, governador e prefeito
Marcelo Castro, relator, antecipa fim da reeleição para 2030 e CCJ adia votação