Recente divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o desemprego no Brasil caiu em 21 estados e no Distrito Federal no primeiro trimestre de 2024, quando comparado com o mesmo período do ano passado. O levantamento ainda revela que a taxa de desocupação nos três primeiros meses deste ano fechou em 7,9%, considerado o menor patamar em 10 anos. Tais dados englobam um detalhamento da pesquisa de Pnad Contínua trimestral, divulgada no início deste mês. Corroborando tais dados, com planos de expansão robustos, marcas de franquias que atuam em todo território nacional, em segmentos variados, assumem um importante papel na criação e manutenção de vagas no mercado de trabalho.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), tendo em vista a expansão do volume de unidades e de redes, o setor de franquias segue empregando diretamente mais pessoas. De acordo com o balanço do franchising em 2023, o número de trabalhadores diretos subiu de 1.589.276 para 1.701.726, apontando um crescimento de 7,1% em relação ao ano anterior. O levantamento também aponta que cada unidade de franquia gera, em média, nove empregos diretos.
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu 0,7 ponto em abril, para 80,2 pontos, maior nível desde setembro de 2022 (83,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o IAEmp também avançou 0,7 ponto, para 79,4 pontos.
“O resultado de abril do IAEmp mantém a trajetória positiva dos últimos meses, acumulando alta de 5,2 pontos nos últimos cinco meses. A melhora nas previsões da economia brasileira para o ano de 2024 pode estar influenciado as decisões dos empresários e sugerindo um cenário positivo para o mercado de trabalho nessa primeira metade do ano. Ainda é preciso cautela pelo patamar baixo do indicador, retornando para o nível de 2022, e pela recente alta da incerteza, que pode ser um obstáculo para a continuidade dessa retomada do indicador”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Ibre.
A alta do IAEmp em abril veio da contribuição de quatro dos sete componentes do indicador, com destaques positivos para o indicador de tendência dos negócios da indústria que contribuiu com 0,9 ponto e para o indicador de emprego previsto de serviços que contribuiu com 0,5 ponto. Já os destaques negativos foram para indicador tendência dos negócios de serviços contribuindo com -0,5 ponto e para os indicadores de situação atual dos negócios de serviços e da indústria que contribuíram com -0,3 ponto cada.
Já segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE, a taxa de desocupação no país subiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) na comparação com o quarto trimestre de 2023. O crescimento foi acompanhado por oito unidades da Federação.
Na análise das grandes regiões, a desocupação cresceu no Nordeste (aumento de 10,4% para 11,1%), no Sudeste (de 7,1% para 7,6%) e no Sul (de 4,5% para 4,9%), ficando estável no Norte e no Centro-Oeste.
“A maior parte das UFs mostrou tendência de crescimento, embora apenas oito com crescimento estatisticamente significativo. A única exceção foi o Amapá. Nas demais 18 UFs, a taxa ficou estável”, explica Adriana Beringuy, Coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE.
O estado nortista, único com queda na comparação trimestral, saiu de 14,2% no 4º tri de 2023 para 10,9% no 1º tri de 2024. Ainda assim, teve a terceira maior taxa de desocupação do país, atrás de Bahia (14,0%) e Pernambuco (12,4%). Registraram aumento na desocupação os estados do Acre, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Rondônia (3,7%) e Mato Grosso (3,7%) ficaram estáveis e apresentaram a menor taxa no período.
Já na comparação anual, no confronto entre 1º tri de 2023 e 1º tri de 2024, nenhuma UF registrou aumento significativo. “Isso mostra que na comparação de curto prazo, há influência dos padrões sazonais. Mas a trajetória de queda anual, que já vem sendo observadas em outros trimestres, se manteve”, analisa Beringuy. “O crescimento da taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2024 na comparação trimestral não invalidou a maioria dos indicadores do mercado do trabalho na comparação anual”, complementa a pesquisadora.
Na comparação trimestral, rendimento médio cresce apenas no Sul
No primeiro trimestre de 2024, o rendimento médio habitual no país foi estimado em R$ 3.123, crescendo tanto em relação ao 4º trimestre de 2023 (R$ 3.077) quanto relação ao 1º tri de 2023 (R$ 3.004). Na comparação trimestral, apenas a região Sul (R$ 3.401) apresentou crescimento, enquanto as demais tiveram estabilidade. Já em relação ao mesmo tri do ano anterior, o rendimento cresceu no Norte, Sudeste e Sul, com as demais em estabilidade.
A massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos habitualmente recebido foi de R$ 308,3 bilhões, estável ante o trimestre anterior (R$ 306,2 bilhões) e maior do que no 1º trimestre de 2023 (R$ 289,1 bilhões). Todas as grandes regiões tiveram aumento da massa de rendimento em ambas as comparações.
Ainda segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2024, todas as faixas de tempo de procura por trabalho mostraram reduções. Entre as pessoas que procuravam trabalho por dois anos ou mais, o contingente caiu 14,5% frente ao primeiro trimestre de 2023, indo de 2,2 milhões para 1,9 milhões. No entanto, em relação ao início da série histórica, no primeiro trimestre de 2012, esse total de pessoas buscando trabalho por dois anos ou mais era de 1,7 milhões, ou seja, um crescimento de 8,9% em 12 anos.
A pesquisa ainda aponta que as taxas de desocupação seguem maiores para mulheres, pessoas pretas e pardas e aquelas com o Ensino Médio incompleto. Todos esses grupos ficaram acima da média nacional (7,9%). No primeiro trimestre, essa taxa foi estimada em 6,5% para os homens e 9,8% para as mulheres.
Quando analisada a taxa de desocupação por cor ou raça, a dos que se declararam brancos (6,2%) aparece abaixo da média nacional, enquanto a dos pretos (9,7%) e a dos pardos (9,1%) ficaram acima.
Já na análise por nível de instrução, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto era de 13,9%. Para os que tinham superior incompleto, a taxa foi de 8,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,1%).
Matéria atualizada às 14h34
Com informações da Agência de Notícias IBGE
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