Frente fria e Pais elevam varejo na primeira quinzena de agosto

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A queda nas temperaturas e o efeito Dia dos Pais contribuíram para a elevação média de 17,1% no varejo paulistano, nesta primeira metade de agosto, frente ao mesmo período de julho. É o que mostra o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo, disse que o desempenho foi acima do esperado. A justificativa é que a combinação frio e compras para a data foram decisivas para o resultado.

“Roupas e agasalhos geralmente são os presentes mais escolhidos neste período. Com o frio mais rigoroso, os filhos apostaram nesses itens, o que ajudou nas vendas”, comenta.

Para ele, o ritmo de crescimento deve ser mantido nos próximos meses, embora o nível atual esteja abaixo de 2019. “Acreditamos que aos poucos a economia voltará a se fortalecer, uma vez que outros setores já mostram crescimento e mais emprego”, disse.

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O indicador da ACSP também registrou elevação de 43,2% sobre os mesmos 15 dias do ano anterior. Apesar de expressivo, Solimeo alerta para o contexto. “No ano passado ainda havia restrições para o funcionamento do comércio. Isso quer dizer que há uma base de comparação fraca. Não alcançamos o mesmo patamar que foi registrado há dois anos, quando não se conhecia o vírus”.

A Associação Comercial de São Paulo prevê aumento real nas vendas do varejo somente em 2022. Para este ano, a expectativa é a de alcançar o mesmo nível que o de 2019. Para que se confirme esse prognóstico o varejo precisa funcionar sem restrições e o ritmo da vacinação deve ser mantido.

Como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) já havia adiantado em menções anteriores ao desempenho das atividades do varejo, com enfoque nos dados obtidos sobre o mercado varejista, a pandemia modificou a dinâmica de consumo das famílias e teve forte impacto sob a cadeia produtiva. Estudo da entidade, no entanto, se propôs a fazer um recorte sobre o valor do Tíquete Médio Mensal Familiar (TMF) com produtos no comércio varejista do Estado de São Paulo, em 2020, e concluiu que houve crescimento de 1,9% em comparação a 2019.

O TMF incorpora outra camada de informação primária sobre os dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista na Região Metropolitana de São Paulo (PCCV): a dinâmica demográfica ao longo dos meses e anos. Isto é, considera não apenas o valor agregado do faturamento varejista observado, mas também o aumento ou a redução do número de famílias, que se altera todos os meses. Ao mesmo tempo, apresenta a composição dos gastos mensais das famílias no varejo por grupos de produtos.

De acordo com o levantamento, as despesas mensais das famílias passaram, em média, de R$ 4.197,73, em 2019, para R$ 4.276,82, em 2020. O setor de vestuário, por exemplo, um dos mais atingidos pela pandemia, faturou, em 2020, pelos dados finais da PCCV, R$ 50,8 bilhões – R$ 12,9 bilhões a menos do que em 2019, uma queda de 20,3%. Assim, ao analisarmos o TMF, vemos que, em média, cada família no Estado gastou, por mês, com roupas e calçados, R$ 276,87, ou R$ 75,88 a menos do que consumiu com esses artigos em 2019, significando que reduziu seus gastos em 21,5% no ano passado com estes itens. Por esta informação, é possível saber que, no ranking de despesas médias de cada família na aquisição de produtos varejistas, o consumo de roupas (que, em 2019, representava 4,7% do total mensal), passou a representar apenas 3,1% dos gastos varejistas familiares.

O estudo buscou dar ênfase nas análises dos segmentos com maiores e menores variações, aqueles que possuem maiores e menores valores absolutos, e ainda, as regiões do estado em que são registradas as variações e os valores absolutos, respectivamente.

Corroborando a percepção sobre os impactos da pandemia na sazonalidade do comércio, o mês de abril foi o que registrou o menor valor do tíquete médio familiar: R$ 3.112,04. Historicamente, o mês de fevereiro é que ocupava essa posição. Já a maior despesa das famílias, como já era esperado, foi registrada no mês de dezembro, com a soma de R$ 5.485,44.

O estudo consolida as análises de que, em 2020, os consumidores direcionaram mais os seus gastos no varejo para os segmentos de artigos de reforma e construção (com alta de 16,9%) e de alimentação e produtos de limpeza e higiene (crescimento de 12,1%), assim como reforça que o setor de vestuário foi o mais impactado negativamente, em razão, principalmente, da dinâmica do comportamento do consumidor na pandemia. Com queda de 21,5%, o setor acompanhou o segmento de aquisição de veículo, que caiu 19%. Neste último caso, também se nota uma consequência direta da crise sanitária, já que esta afetou a confiança do consumidor para a aquisição de bens duráveis.

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