Frete é motivo para 51% dos abandonos de carrinho no varejo eletrônico

Segundo estudo, 51% consideram grande o impacto do custo

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E-commerce (foto do Pixabay, CC)
E-commerce (foto do Pixabay, CC)

Estudo realizado pela NS Tech, em parceria com a Frete Rápido e intitulado Panorama da Gestão Logística no E-commerce Brasileiro analisou milhares de lojas virtuais de médio e grande porte e apurou que, embora o setor seja digital, a gestão logística ainda enfrenta entraves estruturais, falta de integração tecnológica e altos custos operacionais, fatores que impactam diretamente a conversão e a lucratividade das vendas online.

Entre as principais dificuldades apontadas pelas empresas no gerenciamento do transporte estão: gestão de tabelas e cálculo de fretes (27,7%), prospecção e integração de transportadoras (26,8%), comprovação de entrega e auditoria (16,1%), rastreabilidade (15,8%) e indicadores e indicadores-chave de desempenho (KPIs): 13,5%.

Outro destaque do estudo é a forte dependência de serviços terceirizados para as entregas: 72,9% das lojas utilizam transportadoras terceirizadas, 21,3% operam com um modelo híbrido, que combina frota própria e terceiros, enquanto apenas 5,8% contam exclusivamente com frota própria.

O estudo mostra que 29% das empresas ainda fazem gestão de fretes manualmente, enquanto só 20,3% usam soluções como Gateway ou TMS de forma integral. O modelo híbrido (manual + tecnologia) é adotado por 27,7% das operações.

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Além disso, 51% consideram grande o impacto do custo do frete nos carrinhos abandonados; 34,5% relatam facilidade e agilidade na integração de novas transportadoras; e 24,2% já perderam oportunidades comerciais por limitações nos sistemas logísticos.

O relatório também traça uma visão para o futuro da logística no e-commerce, destacando investimentos em automação, omnichannel e novos modelos operacionais. Entre os entrevistados, 38,7% consideram fundamental um novo sistema de gestão logística já no próximo ano; 20% planejam trocar de sistema e revisar processos; 31,3% pretendem expandir para marketplaces; 29,7% adotam ou planejam operar com multiorigem/dark store; e 24,8% querem ampliar o uso de ship from store.

Quanto às projeções de crescimento para 2025/2026, 43,5% esperam expansão de 10% a 30%; 27,4% entre 30% e 50%; 6,5% até 100%; e 4,8% mais de 100%.

Após alta em julho, frete volta a ficar mais barato e chega a R$ 7,36 em agosto

Já de acordo com dados da última análise do Índice de Frete Rodoviário da Edenred (IFR), com base em dados exclusivos da plataforma Repom, o preço médio do frete por quilômetro rodado no país voltou a registrar queda em agosto. O valor médio nacional passou de R$ 7,40 em julho para R$ 7,36 em agosto, registrando, assim, recuo de 0,54%.

A redução reflete a contração de alguns setores da indústria, já percebida nos últimos meses e o novo reflexo da política tarifária dos EUA, que diminuíram a demanda por transporte. A queda do dólar também ajudou a aliviar custos e com a taxa básica de juros mantida em 15% ao ano, o cenário permaneceu estável, favorecendo a retração.

Alguns fatores, porém, evitaram uma queda maior. O escoamento da segunda safra de milho manteve a procura por transporte, o reajuste do piso da tabela de frete em julho ainda impactou os preços e o diesel registrou leve aumento no mês. Segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o diesel comum subiu 0,65% em agosto e foi vendido, em média, a R$ 6,19. O diesel S-10 avançou 0,81%, alcançando R$ 6,22.

Para os próximos meses, a expectativa é de pequenas oscilações no índice, influenciadas pelo comportamento dos combustíveis, pelo câmbio e por possíveis alterações regulatórias.

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